Fundo soberano da Noruega lidera oposição a remuneração recorde, levantando preocupações sobre diluição e governança corporativa na véspera da assembleia anual.
Elon Musk enfrenta forte oposição de investidores à sua proposta de pacote de remuneração de US$ 1 trilhão na Tesla, com o fundo da Noruega liderando a rejeição.
Elon Musk, o visionário por trás da Tesla, X e SpaceX, enfrenta uma forte oposição de acionistas à sua proposta de um pacote de remuneração avaliado em impressionantes US$ 1 trilhão na fabricante de veículos elétricos. O fundo soberano da Noruega, um dos dez maiores acionistas da Tesla e com participações que somam US$ 2,1 trilhões, anunciou nesta terça-feira (4/11) que votará contra a proposta, adicionando pressão significativa sobre o Conselho de Administração da empresa a apenas dois dias da assembleia anual.
A proposta de remuneração, apresentada em setembro pelo Conselho da Tesla, visa conceder a Musk uma participação de 12% na companhia, condicionada ao atingimento de metas ambiciosas, como uma capitalização de mercado de US$ 8,5 trilhões. Nesse cenário, a fatia de Musk valeria pouco mais de US$ 1 trilhão.
Segundo a Tesla, o pacote foi desenhado para “alinhar um extraordinário valor de longo prazo para os acionistas com incentivos que impulsionarão o desempenho máximo de um líder visionário”, incluindo ainda um maior poder de voto para o empresário em decisões estratégicas da empresa.
No entanto, o fundo soberano norueguês, apesar de reconhecer o “valor significativo criado sob o papel visionário do Sr. Musk”, expressou sérias preocupações.
Em comunicado, o fundo citou o “tamanho total da premiação, a diluição e a falta de mitigação do risco de dependência de uma única pessoa” como motivos para sua oposição. É importante notar que, em junho do mesmo ano, o fundo já havia votado contra um pacote de US$ 56 bilhões para Musk, que acabou sendo anulado por um tribunal em Delaware.
A rejeição do fundo norueguês não está isolada. As influentes consultorias de governança Glass Lewis e ISS também recomendaram a seus clientes acionistas que votem contra o plano de remuneração.
Adicionalmente, um grupo de grandes fundos de pensão criticou publicamente o Conselho de Administração da Tesla, acusando-o de priorizar os interesses pessoais de Musk em detrimento da empresa e de seus acionistas.
Com a assembleia anual da Tesla marcada para esta quinta-feira (6/11), a pressão sobre o Conselho de Administração e sobre o próprio Elon Musk é imensa. A crescente oposição de investidores institucionais e consultorias de governança ressalta o debate contínuo sobre a adequação das remunerações executivas em grandes corporações, especialmente quando envolvem figuras tão centrais e controversas quanto Musk, e as implicações para a governança corporativa da Tesla.

