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Moraes exige explicações de Cláudio Castro sobre operação no RJ

O ministro Alexandre de Moraes, do STF, exigiu explicações do governador Cláudio Castro sobre uma operação policial no Rio de Janeiro que causou cerca de 130 mortes.

Ministro do STF demanda detalhes sobre ação policial que resultou em cerca de 130 mortes e convoca série de audiências

O ministro Alexandre de Moraes, do STF, exigiu explicações do governador Cláudio Castro sobre uma operação policial no Rio de Janeiro que causou cerca de 130 mortes.

Nesta quarta-feira (29/10), uma operação policial de grande porte no estado do Rio de Janeiro, que visava o Comando Vermelho e resultou em aproximadamente 130 mortes – incluindo quatro policiais –, desencadeou uma investigação no Supremo Tribunal Federal (STF). O ministro Alexandre de Moraes, relator temporário da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 635, demandou explicações do governador Cláudio Castro sobre a ação.

A iniciativa do STF foi impulsionada pelo Conselho Nacional de Direitos Humanos (CNDH), com apoio da Procuradoria-Geral da República (PGR), em busca de respostas sobre a atuação da força policial.

Alexandre de Moraes assumiu temporariamente a relatoria da ADPF 635 após a aposentadoria de Luís Roberto Barroso. Esta arguição é crucial, pois foca no controle da suposta letalidade policial em territórios fluminenses, buscando assegurar que as práticas de segurança pública respeitem os preceitos fundamentais da Constituição. A intervenção do ministro sinaliza a seriedade com que o Judiciário está tratando as consequências de operações de alta complexidade.

Detalhes do Despacho e Próximas Audiências

O despacho emitido pelo ministro Alexandre de Moraes é minucioso, contendo 18 pontos que deverão ser abordados por Cláudio Castro e sua equipe. Entre as exigências, destacam-se a necessidade de definição prévia do grau de força a ser empregado, um levantamento oficial sobre o número exato de mortos e feridos, e a relação completa de agentes e armamentos utilizados na operação.

A transparência e a responsabilidade são pilares desta solicitação, que também aborda preocupações éticas ao pedir informações sobre o uso de câmeras corporais e a presença de ambulâncias durante as ações.

A decisão ministerial também enfatiza a importância de salvaguardar os locais de crime para uma perícia detalhada e garante a comunicação imediata com o Ministério Público. A avaliação e o ajuste da proporcionalidade no uso da força, especialmente em horários escolares, sobressai entre as preocupações, ilustrando a complexidade social e a dinâmica envolvida nas operações em áreas urbanas densas.

Para assegurar a apuração detalhada e transparente dos acontecimentos, Alexandre de Moraes programou uma série de audiências para o dia 3 de novembro. O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, juntamente com o secretário de Segurança Pública, o comandante da Polícia Militar, o delegado-geral da Polícia Civil e o diretor da Superintendência de Polícia Técnico-Científica, será ouvido às 11 horas.

Estes depoimentos terão como objetivo prestar contas detalhadas sobre as questões suscitadas pelo despacho.

Na sequência, ainda na segunda-feira, o ministro ouvirá figuras-chave do sistema de justiça estadual: o presidente do Tribunal de Justiça fluminense às 13h30, o procurador-geral de Justiça às 15 horas, e, por fim, o defensor público-geral do estado às 16h30. Espera-se que cada um destes personagens traga perspectivas e detalhes que ajudem a elucidar as circunstâncias que levaram aos trágicos eventos recentes.

O pedido de esclarecimento instaurado pelo ministro Alexandre de Moraes não se limita a uma mera formalidade burocrática. Ele representa um rito processual que visa identificar e, se necessário, reconfigurar práticas policiais e políticas de segurança.

As audiências proporcionarão uma oportunidade para avaliar a responsabilidade das autoridades envolvidas, a eventual necessidade de mudanças legislativas e a implementação de medidas mais humanitárias e eficazes na lida com a violência e o crime organizado, garantindo o respeito aos direitos fundamentais em um cenário desafiador.

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