Megaoperação contra o Comando Vermelho no Complexo do Alemão deixa agentes feridos e quatro mortos, gerando luto e reflexão sobre a segurança pública.
Dez policiais militares feridos em megaoperação contra o Comando Vermelho no Rio de Janeiro continuam internados, com dois em estado grave, após intensos confrontos.
Dez policiais militares permanecem internados nesta quarta-feira (29) após serem feridos durante uma megaoperação realizada contra o Comando Vermelho (CV) nos complexos da Penha e do Alemão, na última terça-feira (28). A ação, que visava combater o crime organizado, resultou em intensos confrontos e um saldo trágico para as forças de segurança do Rio de Janeiro.
Dois dos agentes hospitalizados estão em estado grave, exigindo cuidados intensivos.
Além dos policiais, outras duas pessoas sem envolvimento direto com os confrontos foram levadas ao Hospital Getúlio Vargas, na Zona Norte do Rio: um homem em situação de rua e outro que se encontrava em um ferro-velho na região. No entanto, o ponto mais doloroso da operação foi a perda de quatro agentes, que morreram em confronto direto com criminosos.
Entre as vítimas fatais está o Sargento Heber Carvalho da Fonseca, do Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais). Durante seu velório, a esposa de Heber expressou sua dor e orgulho, afirmando que o marido “cumpriu o dever” e “morreu em função de defender a população de bem”.
Emocionada e ao lado dos filhos, ela ressaltou o legado do sargento, apesar do egoísmo natural de querer tê-lo por perto para sempre.
O perfil oficial do Bope na plataforma X (antigo Twitter) também prestou homenagem ao Sargento Heber, destacando seu “legado de coragem, lealdade e compromisso com a missão”. A nota lamentou profundamente a perda do militar.
Além de Heber, a megaoperação ceifou a vida de outros três bravos policiais: Rodrigo Velloso Cabral, de 34 anos; Marcus Vinícius Cardoso de Carvalho, de 51 anos, conhecido como Máskara e recém-promovido a chefe de investigação da 53ª DP (Mesquita); e Cleiton Searafim Gonçalves, também policial do Bope.
A complexidade e os riscos inerentes às operações em áreas de alta criminalidade no Rio de Janeiro ficam evidentes com este doloroso balanço. O incidente reacende o debate sobre as estratégias de segurança pública e o alto preço pago pelos agentes que atuam na linha de frente, deixando um rastro de luto e questionamentos na sociedade fluminense.

