Prejuízos recentes e a necessidade de capital de giro impulsionam a busca por recursos para a estatal.
O governo federal está articulando um empréstimo de R$ 20 bilhões para os Correios, visando reestruturar a empresa e garantir suas operações futuras.
O Governo Federal está buscando viabilizar um empréstimo de R$ 20 bilhões para os Correios junto ao Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e instituições privadas, com o objetivo de assegurar recursos para manter as operações da estatal. A articulação, noticiada na quinta-feira (9) em reunião com os ministros Fernando Haddad, Esther Dweck e Frederico de Siqueira Filho, visa também implementar um plano de reestruturação que inclui demissões voluntárias e ajustes no plano de saúde.
A empresa calcula necessitar de R$ 10 bilhões em 2025 e outros R$ 10 bilhões em 2026. Segundo a nova gestão, liderada por Emmanoel Schmidt Rondon, servidor de carreira do Banco do Brasil, a chegada de Rondon trouxe maior capacidade técnica para avançar no plano de recuperação da empresa.
O balanço do segundo trimestre de 2025 evidenciou a gravidade da situação: prejuízo de mais de R$ 2,5 bilhões, quase cinco vezes superior ao do mesmo período de 2024. No acumulado do semestre, o rombo superou os R$ 4,3 bilhões, ante R$ 1,35 bilhão no mesmo intervalo do ano anterior. Os custos fixos anuais da empresa variam entre R$ 20 bilhões e R$ 25 bilhões.
No início da gestão, Rondon priorizou renegociar um empréstimo de R$ 1,8 bilhão contratado com um consórcio de bancos formado por BTG Pactual, Citibank e ABC Brasil. A expectativa é que, mesmo com altos gastos previstos para 2025 e 2026, a partir de 2027 a empresa consiga reduzir despesas e melhorar seu desempenho financeiro.

