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Especialistas Explicam Resistência do DF ao Domínio de CV e PCC

Apesar da presença nacional de facções como CV e PCC, o Distrito Federal resiste ao seu domínio territorial, graças à forte estrutura estatal e eficiência policial.

Estrutura estatal robusta e eficiência policial são apontadas como fatores cruciais para impedir a hegemonia das facções criminosas na capital federal.

Apesar da presença nacional de facções como CV e PCC, o Distrito Federal resiste ao seu domínio territorial, graças à forte estrutura estatal e eficiência policial.

A recente megaoperação contra lideranças do Comando Vermelho (CV) no Rio de Janeiro reacende o debate sobre o alcance e o poder das organizações criminosas no Brasil. Embora as maiores facções do país, CV e Primeiro Comando da Capital (PCC), possuam ramificações por todo o território nacional, incluindo o Distrito Federal, a capital federal se destaca por não figurar na lista de regiões dominadas por esses grupos criminosos.

Um estudo aprofundado do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), intitulado “Caracterização da atuação das facções prisionais-criminais na região Centro-Oeste”, aponta a “forte estrutura estatal atuante na capital” como o principal diferencial. Essa estrutura, que inclui um sistema prisional concentrado e uma organização eficiente no enfrentamento a problemas de segurança pública, tem sido eficaz em conter a expansão e o enraizamento das facções.

O relatório do Ipea conclui que, apesar da tentativa de estruturação, as facções não obtiveram êxito em estabelecer relevância nas dinâmicas urbanas, na violência e nos mercados ilícitos do DF. Ao se depararem com a “eficiência” da polícia na proteção do “quadradinho”, esses grupos foram relegados a uma “posição lateral”, sem conseguir impor seu domínio territorial ou influência significativa.

Estratégias de Contenção e Fatores Institucionais

Para Renato Araújo, especialista em segurança pública, o controle sobre o crime organizado se manifesta de múltiplas formas, tanto diretas quanto indiretas. Ele destaca a importância das políticas públicas de prevenção, que atuam na desarticulação de redes logísticas, utilizando a inteligência para mapear atores e fluxos financeiros antes que as operações criminosas ganhem escala e se tornem mais difíceis de combater.

Araújo complementa que uma série de fatores estruturais e institucionais contribui para essa resiliência do DF. O “ecossistema policial”, com sua forte capacidade de resposta e inteligência, é um pilar fundamental.

Além disso, o sistema prisional relativamente centralizado e um histórico de monitoramento e segmentação de presos dificultam a “governança faccional intramuros”, impedindo que as facções consolidem poder e coordenação dentro das prisões e, por consequência, nas ruas. Esses elementos combinados reduzem drasticamente a viabilidade do domínio territorial por parte de facções criminosas na capital.

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