Presidente americano condiciona a medida à retomada dos níveis de compra de soja aos patamares anteriores.
Donald Trump indicou que pode reduzir tarifas sobre a China, exigindo que o país retome a compra de soja aos níveis anteriores à guerra comercial.
Neste domingo (19), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, mencionou a possibilidade de atenuar as tarifas impostas à China, desde que o país asiático mostre reciprocidade. O republicano condiciona a medida à retomada dos níveis de compra de soja aos patamares anteriores.
Trump elevou as tarifas sobre bens chineses em 100% neste mês, somando aos 30% já em vigor. Um dos pontos cruciais é a retomada dos embarques de soja produzida em solo norte-americano. O presidente pediu que os níveis de compra retornem “ao menos” aos níveis anteriores, demonstrando confiança em um futuro acordo sobre a venda dos grãos.
A China é o maior comprador de grãos do mundo, e parte dessa demanda era atendida por produtores dos Estados Unidos. A guerra comercial deflagrada por Trump no primeiro semestre alterou esse cenário, impulsionando o Brasil como um dos principais beneficiados. No início de outubro, um relatório da American Farm Bureau Federation alertou para os impactos do “boicote” chinês, revelando uma queda de quase 78% no volume de soja embarcada dos EUA para o mercado chinês entre janeiro e agosto deste ano, em comparação com o mesmo período de 2024.
Em 2024, o gigante asiático foi responsável pela compra de quase metade das exportações norte-americanas. A economista Faith Parum destacou que, durante junho, julho e agosto, os EUA praticamente não enviaram soja para a China, e a China não adquiriu soja da nova safra para o próximo ano comercial. A entidade ressalta que a China não interrompeu a compra de soja, mas substituiu os grãos americanos pelos de outros países, com o Brasil desempenhando um papel de destaque nessa rotação.
O relatório da American Farm Bureau Federation conclui que, mesmo com os agricultores americanos produzindo safras com preços competitivos, a China tem reduzido sua dependência dos Estados Unidos, buscando alternativas no Brasil, Argentina e outros fornecedores.

