Mario Sarrubbo defende que grupos criminosos no Brasil não possuem motivação política, religiosa ou étnica.
O secretário nacional de Segurança Pública, Mario Sarrubbo, afirma que facções criminosas brasileiras não são terroristas por falta de motivação política, opondo-se à equiparação.
O secretário nacional de Segurança Pública, Mario Sarrubbo, reiterou nesta quarta-feira (5) que as facções criminosas atuantes no Brasil não devem ser classificadas como terroristas. A declaração, que alinha-se ao posicionamento do governo federal, enfatiza que tais grupos carecem das motivações políticas, religiosas ou étnicas que caracterizam o terrorismo internacional, conforme a legislação vigente e os entendimentos globais.
Essa diferenciação é crucial para a estratégia de combate ao crime organizado no país.
Sarrubbo defendeu veementemente que o Projeto de Lei (PL) Antifacção, proposto pelo executivo e focado em novos tipos penais e medidas cautelares, não seja apensado ao texto do deputado Danilo Forte (União Brasil-CE), que busca a equiparação. O secretário argumentou que, além de não agregar valor efetivo ao combate à criminalidade, tal medida poderia expor o Brasil a sérios riscos diplomáticos.
A classificação de facções como terroristas poderia, segundo ele, acarretar sanções internacionais e embargos financeiros, comprometendo a cooperação com outros países.
“Trabalhamos com cooperação internacional, e para isso não precisamos declarar as nossas facções como terroristas”, afirmou Sarrubbo. Ele adicionou que “isso só serve para nos deixar vulneráveis em relação a países estrangeiros e a organizações internacionais”, sublinhando a importância de manter a autonomia e a solidez nas relações diplomáticas para a segurança nacional.
Desenvolvimento de Estratégias Internas
O secretário destacou que o projeto do governo foi cuidadosamente elaborado com a participação ativa da sociedade civil e das forças de segurança, garantindo uma abordagem mais robusta e contextualizada à realidade brasileira. Por essa razão, ele defende que a proposta tramita de forma independente no Congresso Nacional, sem as interferências de um enquadramento que considera inadequado.
Sarrubbo também comentou sobre a recente instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Crime Organizado. Para ele, a comissão pode desempenhar um papel positivo e construtivo, desde que seu foco seja auxiliar no aperfeiçoamento das estratégias e ferramentas de combate tanto às facções criminosas quanto às milícias, fortalecendo a segurança pública sem recorrer a classificações que possam gerar mais problemas do que soluções.

