Felipe Curi defende megaoperação policial e critica "narcoativistas" em coletiva de imprensa
O Secretário de Polícia Civil do Rio, Felipe Curi, defendeu a Megaoperação Contenção, a mais letal da história do estado, criticando a "cultura do vitimismo".
O Secretário de Polícia Civil do Rio de Janeiro, Felipe Curi, saiu em veemente defesa da Megaoperação Contenção, a ação mais letal da história do estado, e dirigiu duras palavras aos seus opositores. Em coletiva de imprensa, Curi classificou os críticos como “narcoativistas” e “engenheiros de obra pronta”, reiterando que a Polícia Civil não tolerará ataques à sua atuação em combate ao crime organizado.
A declaração do secretário veio em um contexto de intensa discussão sobre a letalidade das operações policiais. Curi atacou o que chamou de “cultura do vitimismo”, onde, segundo ele, “o ladrão é vítima da sociedade, o traficante virou vítima do usuário… e o policial é o vilão”.
Ele fez questão de inverter essa narrativa, afirmando categoricamente que “o policial é o herói” e enaltecendo os mais de 2,5 mil agentes que participaram da operação contra o Comando Vermelho nos Complexos do Alemão e da Penha.
Curi justificou a complexidade e a necessidade da operação, enfatizando que os policiais atuaram em prol de “seu João, dona Maria e seu José”, cidadãos comuns oprimidos por criminosos armados que controlam as comunidades. Durante a coletiva, ele ressaltou que “nem a NASA, nem a Força Nacional seriam capazes de atuar” nas favelas dominadas por facções, sublinhando a dificuldade do cenário. O Secretário de Segurança Pública, Victor Santos, corroborou, admitindo que a alta letalidade era “previsível” em uma área de mais de nove milhões de metros quadrados tomada pela desordem e pelo tráfico.
O Impacto da Megaoperação Contenção
O balanço da operação é expressivo e revela a dimensão do confronto: 119 mortos, sendo 115 identificados como “narcoterroristas” e 4 policiais. Além disso, foram realizadas 113 prisões, incluindo a de Thiago do Nascimento Mendes, conhecido como “Belão”, apontado como operador financeiro do Comando Vermelho, um golpe significativo contra a estrutura da facção.
As forças de segurança também confiscaram um arsenal bélico considerável, que incluía 91 fuzis, 26 pistolas, 14 artefatos explosivos e toneladas de drogas, evidenciando o poderio dos grupos criminosos. A magnitude da violência e suas consequências foram visíveis nas comunidades afetadas, com relatos e imagens mostrando corpos enfileirados em uma praça na Penha, removidos por moradores após uma madrugada de intensos confrontos.

