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ROUBO DO LOUVRE: Senha do sistema de vigilância era ‘louvre’

Documentos de auditorias privadas revelaram que o sistema de segurança do Museu do Louvre utilizava senhas extremamente simples, como 'Louvre', expondo falhas graves após roubo de joias.

Auditorias privadas revelam fragilidades alarmantes na segurança digital do renomado museu parisiense após furto de joias milionárias.

Documentos de auditorias privadas revelaram que o sistema de segurança do Museu do Louvre utilizava senhas extremamente simples, como 'Louvre', expondo falhas graves após roubo de joias.

Documentos de auditorias privadas vieram à tona revelando uma falha de segurança chocante no Museu do Louvre, em Paris. O sistema de vigilância por vídeo do renomado museu utilizava senhas extremamente simples, incluindo a própria palavra “Louvre”.

Esta vulnerabilidade foi exposta após o roubo de joias avaliadas em US$ 102 milhões (equivalente a R$ 548 milhões), ocorrido em 19 de outubro.

Os relatórios, obtidos pelo grupo CheckNews e publicados pelo jornal Libération, apontam que as falhas são antigas e de natureza estrutural. O museu operava com softwares desatualizados, apresentava falta de manutenção e utilizava senhas frágeis em sistemas críticos. Inicialmente, o governo francês negava a existência de vulnerabilidades, mas após a divulgação dos relatórios, a ministra da Cultura, Rachida Dati, admitiu a existência de “falhas de segurança”.

Vulnerabilidades Antigas e Sistêmicas

As auditorias indicam que os problemas de segurança no Louvre remontam a pelo menos uma década. O Ministério da Cultura identificou oito programas essenciais para a proteção do acervo e o controle de acesso que não recebiam atualizações há anos.

Entre eles, destaca-se o Sathi, um sistema desenvolvido pela empresa Thales em 2003 para monitorar câmeras e controlar entradas.

A Thales informou que não mantinha contrato ativo com o museu e que o Louvre nunca buscou renovar o suporte técnico. Um relatório de 2019 já alertava que o software havia deixado de ser mantido, e, em 2021, ele ainda operava em servidores com o Windows Server 2003, sistema que deixou de receber atualizações da Microsoft em 2015.

Essa combinação de programas obsoletos e senhas fracas, como “LOUVRE” e “THALES”, o nome da própria fornecedora, criou brechas significativas. Em testes, especialistas em cibersegurança conseguiram acessar a rede interna do museu a partir de computadores administrativos e até mesmo alterar permissões de crachás usados no controle interno.

Segundo os especialistas, essas vulnerabilidades poderiam ter sido exploradas remotamente, sem a necessidade de acesso físico às dependências do museu, evidenciando a gravidade das deficiências expostas.

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