Ex-astronauta da NASA, após 178 dias em órbita e 2.800 voltas ao redor da Terra, critica a priorização da economia em detrimento da vida e do planeta
Após passar 178 dias em órbita, o ex-astronauta Ron Garan questiona a priorização da economia em vez da vida, propondo uma mudança de mentalidade.
A priorização da economia em detrimento da vida é a “grande ilusão” da humanidade, segundo o ex-astronauta da NASA, Ron Garan, após 178 dias em órbita. Durante suas 2.800 voltas ao redor da Terra, Garan refletiu sobre a obsessão humana pela economia, que, para ele, obscurece a importância do planeta e da vida que o habita.
O astronauta, que vivenciou o “efeito panorâmico” — a sensação de união e interconexão ao ver a Terra do espaço —, observou que a humanidade construiu sua existência na ilusão de separação. Problemas como a crise climática e o desmatamento seriam reflexos dessa mentalidade.
Garan argumenta que é fundamental inverter essa lógica, priorizando o planeta e a vida sobre o crescimento econômico. Para ele, a sociedade e a economia devem servir ao planeta, e não o contrário. O astronauta mantém a esperança de que a humanidade possa evoluir para um novo nível de consciência, abandonando o pensamento de competição e colaborando por um futuro melhor.
Outros indivíduos que foram ao espaço compartilham dessa visão. O ator William Shatner, conhecido por seu papel em Star Trek, também relatou ter experimentado uma profunda tristeza ao contemplar a Terra do espaço em 2021.
O “efeito panorâmico”, termo cunhado em 1987 pelo filósofo espacial Frank White, descreve a experiência psicológica de conexão com a humanidade e percepção da fragilidade do planeta. A Agência Espacial Canadense (CSA) explica que, após essa experiência, muitos astronautas retornam com uma nova mentalidade, dedicando-se ao ativismo ou à arte. Nem todos os astronautas reagem da mesma forma, alguns podem ter impactos negativos em sua saúde mental.
