Governo americano acumula volume expressivo do laticínio em depósitos subterrâneos, prática que remonta à década de 1970 e gera debates.
Os Estados Unidos mantêm uma gigantesca reserva de mais de 635 milhões de quilos de queijo, armazenada em cavernas subterrâneas. A prática, iniciada na década de 1970, visa garantir estoques.
A Casa Branca, nos Estados Unidos, armazena atualmente uma impressionante reserva de cerca de 635 milhões de quilos de queijo, com parte significativa desse volume guardada em cavernas subterrâneas. Essa vasta quantidade do laticínio, mantida em antigas minas de calcário, serve como uma estratégia para assegurar estoques e evitar o desperdício em um cenário de produção elevada.
A origem dessa prática remonta à década de 1970, um período marcado por escassez de laticínios e uma inflação crescente no país. Para estabilizar a situação, o então presidente Jimmy Carter implementou um plano de apoio financeiro à indústria, o que resultou em um crescimento explosivo da produção. O governo, então, adquiriu o excedente, formando uma reserva inicial de 227 milhões de quilos de queijo, distribuídos em mais de 150 armazéns por todo o território americano.
Contudo, a gestão desse volume gigantesco trouxe desafios, pois grande parte do alimento começou a se deteriorar, gerando insatisfação pública em meio a uma crise econômica. Em resposta, a administração do presidente Ronald Reagan optou por distribuir essa vasta quantidade, encerrando temporariamente a questão. No entanto, o legado da superprodução na indústria de laticínios persistiu, criando a necessidade de novas soluções de armazenamento.
Com os picos sazonais na produção de leite e uma subsequente queda no consumo de queijo, as autoridades americanas desenvolveram as chamadas “cavernas de queijo”. Esses espaços, mantidos em antigas minas de calcário, oferecem temperaturas frias e estáveis, ideais para a conservação dos produtos. Apesar do propósito de preservar os alimentos, a iniciativa enfrenta críticas significativas, principalmente devido aos altos custos de manutenção e às preocupações ambientais relacionadas à pecuária leiteira, que contribui para a crise climática.

