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Propostas para Reagir ao Crime Organizado Geram Tensão no Governo Lula

Duas propostas para centralizar o combate ao crime organizado no Planalto geram tensão no governo Lula, desagradando ministros e o PT.

Iniciativas para centralizar segurança pública no Planalto encontram resistência de ministros e petistas, esvaziando o papel de Ricardo Lewandowski.

Duas propostas para centralizar o combate ao crime organizado no Planalto geram tensão no governo Lula, desagradando ministros e o PT.

O governo do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva enfrenta um “climão” interno após a apresentação de duas propostas que visam centralizar no Palácio do Planalto o comando da resposta ao crime organizado. As sugestões, que surgiram no contexto da recente operação contra o Comando Vermelho no Rio de Janeiro, geraram desconforto e atrito, especialmente por esvaziarem, na prática, o papel do Ministério da Justiça, liderado por Ricardo Lewandowski.

Uma das iniciativas partiu do ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom), Sidônio Pereira. Ele propôs a criação de uma “Aliança Contra o Crime pela Paz”, um órgão que coordenaria as ações de segurança pública em âmbito nacional.

A ideia foi levada diretamente a Lula em Belém, em uma reunião que contou com a presença de figuras importantes como Rui Costa, Gleisi Hoffmann, Guilherme Boulos e o próprio Lewandowski. Relatos indicam que o ministro da Justiça reagiu mal à sugestão, embora tenha permanecido em silêncio durante o encontro.

Em paralelo, um grupo de juristas, liderado por Tarso Genro, defendeu a criação de uma secretaria especial diretamente ligada à Presidência da República para tratar do tema. Essa segunda proposta também encontrou resistência entre ministros e lideranças petistas. A preocupação reside no risco político de concentrar a segurança pública no Planalto e na possibilidade de reviver a promessa não concretizada de estabelecer um Ministério da Segurança Pública, o que já gerou frustrações no passado.

Divisão de Poderes e Resistências Internas

Nos bastidores do governo, a discussão se intensifica sobre quem poderia coordenar uma eventual nova estrutura. O ministro Rui Costa, da Casa Civil, é apontado como o mais cotado para assumir essa função, o que, no entanto, amplia as resistências internas.

Sua gestão na Bahia foi marcada por um aumento nas mortes em ações policiais, um histórico que levanta preocupações. Enquanto isso, aliados de Ricardo Lewandowski defendem veementemente que a segurança pública permaneça sob a alçada do Ministério da Justiça, argumentando pela manutenção da estrutura atual e do papel do ministro.

A tensão reflete um embate sobre a melhor estratégia para combater o crime organizado e a distribuição de poder dentro do Executivo federal. A centralização proposta, embora possa ser vista como uma tentativa de maior efetividade, confronta a autonomia das pastas e gera incertezas sobre a governabilidade e a coordenação das políticas de segurança pública em um cenário já complexo.

A decisão final de Lula será crucial para definir os rumos dessa área sensível e para apaziguar os ânimos dentro de sua equipe.

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