Maria Elizabeth se manifestou em evento ecumênico, reacendendo debates sobre a memória histórica e a responsabilidade institucional.
A presidente do STM, Maria Elizabeth, pediu perdão pelas ações do tribunal durante a ditadura militar, gerando controvérsia e debates sobre a memória histórica.
A presidente do Superior Tribunal Militar (STM), Maria Elizabeth, gerou uma intensa polêmica ao pedir perdão, em nome da Justiça Militar da União, pelas ações do tribunal durante o regime militar (1964-1985). A declaração foi feita durante um evento ecumênico na Catedral da Sé, em São Paulo, e reacendeu o debate sobre a relação das instituições com a memória do período autoritário no Brasil.
A manifestação da presidente causou desconforto significativo entre alguns ministros do STM e militares, como Carlos Augusto Amaral Oliveira. Eles argumentaram que a fala de Maria Elizabeth não representava um posicionamento coletivo do tribunal, mas sim uma opinião individual, e que tal pronunciamento público poderia comprometer a imagem institucional. A presença e os aplausos de figuras como o ex-ministro José Dirceu no evento amplificaram o peso simbólico do episódio, adicionando camadas à controvérsia.
Divisão Interna e o Peso do Perdão
Em seu discurso, Maria Elizabeth foi enfática: “Estou presente neste ato ecumênico de 2025 para, na qualidade de presidente da Justiça Militar da União, pedir perdão a todos que tombaram e sofreram lutando pela liberdade no Brasil”. Ela continuou, afirmando: “Eu peço, enfim, perdão à sociedade brasileira e à história do país pelos equívocos judiciais cometidos pela Justiça Militar Federal em detrimento da democracia e favoráveis ao regime autoritário.
Recebam o meu perdão, a minha dor e a minha resistência”. Essas palavras evidenciaram profundas divisões internas, com críticos alegando que o pedido de desculpas comprometeria a legitimidade de decisões passadas.
Por outro lado, apoiadores veem a iniciativa como um passo crucial para a justiça histórica e a reparação às vítimas. Eles argumentam que o reconhecimento de erros passados é fundamental para a reconciliação nacional e para o fortalecimento democrático.
Observadores políticos consideram o gesto um marco simbólico, mas ressaltam a necessidade de ações concretas para avançar no debate sobre memória, verdade e justiça.
O posicionamento da presidente do STM lança luz sobre a responsabilidade das instituições na preservação e transmissão da memória histórica. Atos públicos como este são parte de um processo mais amplo de justiça transicional, que busca não apenas o esclarecimento de fatos passados e a reparação de vítimas, mas também a garantia de que violações históricas não se repitam.
A repercussão do discurso sublinha a complexidade e a sensibilidade de se revisitar o passado autoritário brasileiro.

