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Alinhado com Milei e Trump, presidente do Paraguai também faltará à COP30

O presidente paraguaio Santiago Peña não irá à COP30 em Belém, alegando conflito de agendas. A ausência reforça seu alinhamento com as políticas externas de Trump e Milei.

Santiago Peña justifica ausência em Belém por "sobreposição de compromissos", mas ações recentes indicam crescente alinhamento com políticas externas dos líderes de EUA e Argentina.

O presidente paraguaio Santiago Peña não irá à COP30 em Belém, alegando conflito de agendas. A ausência reforça seu alinhamento com as políticas externas de Trump e Milei.

Belém, Pará – O presidente do Paraguai, Santiago Peña, não comparecerá à Cúpula dos Líderes sobre o Clima (COP30), marcada para os dias 6 e 7 de novembro em Belém, no Pará. A presidência paraguaia justificou a ausência por uma “sobreposição de compromissos”, mas a decisão alinha Peña a um grupo de líderes que têm demonstrado ceticismo ou desinteresse em eventos multilaterais sobre o clima, incluindo o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o presidente da Argentina, Javier Milei, que também não devem comparecer.

Ainda que Peña não seja abertamente contrário a políticas ambientais, seu governo tem exibido um crescente alinhamento com a política externa de Trump e Milei em diversas frentes. Este padrão de conduta tem sido observado em votações em fóruns internacionais e em declarações sobre questões geopolíticas sensíveis.

Alinhamento Político e Geopolítico

Um exemplo notável desse alinhamento foi a recente votação do Paraguai a favor do embargo imposto pelos EUA contra Cuba, uma postura que não havia sido adotada nos primeiros dois anos do atual governo. Além disso, o Paraguai, assim como a Argentina de Milei, declarou o “Cartel de los Soles” como uma organização terrorista, ecoando posições de segurança e combate ao crime transnacional.

Em abril, Peña e Milei já haviam demonstrado essa sincronia ao faltarem à cúpula da Comunidade dos Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac), que ocorreu em um período em que tarifas foram impostas por Trump a diferentes países. Naquela ocasião, em vez de participarem do evento regional, os dois líderes optaram por se reunir em Assunção, reforçando uma agenda bilateral e ideológica comum.

O governo paraguaio também seguiu a linha de Trump e Milei ao transferir sua embaixada de Tel Aviv para Jerusalém, reconhecendo esta última como a capital israelense. Complementarmente, declarou o Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica (IRGC), o Hamas e o Hezbollah como organizações terroristas.

Essas ações sublinham uma política externa que prioriza laços com os Estados Unidos e Israel, e que se afasta de consensos regionais e multilaterais mais amplos, marcando uma guinada conservadora e isolacionista em sua abordagem diplomática.

A ausência de Peña na COP30, portanto, não é um incidente isolado, mas sim mais um indicativo de uma estratégia de política externa que busca proximidade com figuras e ideologias específicas no cenário global, potencialmente redefinindo as relações do Paraguai no continente e além.

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