Gustavo Petro atribui a 'extrema direita' e grupos ligados ao ex-presidente brasileiro as 121 mortes registradas em megaoperação policial nos complexos do Alemão e da Penha.
O presidente Gustavo Petro, da Colômbia, responsabilizou 'nazistas de Bolsonaro' e a extrema direita pelas 121 mortes em operação policial no Rio de Janeiro.
O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, gerou controvérsia ao atribuir a “extrema direita” e, especificamente, a “nazistas de Bolsonaro” a responsabilidade pelas 121 mortes ocorridas em uma megaoperação policial no Rio de Janeiro. A ação, realizada na última terça-feira (28) nos complexos do Alemão e da Penha, visava cumprir mandados de prisão contra membros do Comando Vermelho e resultou na morte de quatro policiais, além de dezenas de civis.
Em uma série de publicações na plataforma X (antigo Twitter), Petro foi enfático em sua crítica à política de segurança brasileira. O líder colombiano afirmou que “a barbárie é o denominador comum da extrema direita” e que esses grupos “acreditam que podem impor ordem à sociedade pela força, massacrando”.
Suas declarações foram acompanhadas de imagens impactantes de pessoas em luto nas comunidades cariocas, intensificando o debate sobre a letalidade das operações policiais.
Petro expandiu sua crítica ao comparar o episódio no Rio de Janeiro a conflitos globais, como a guerra entre Israel e o Hamas, o genocídio no Sudão e as operações militares dos Estados Unidos contra embarcações ligadas ao narcotráfico no Caribe e no Pacífico. Para o presidente, essa abordagem “anticrime centrada na morte é um completo fracasso”, sugerindo que a violência não resolve os problemas de segurança pública.
Contexto Diplomático e Tensões Internacionais
As declarações do presidente colombiano surgem em um momento de particular sensibilidade diplomática. Na semana anterior, Gustavo Petro, sua esposa, o filho mais velho e o ministro do Interior, Armando Benedetti, foram alvo de sanções econômicas impostas pelos Estados Unidos.
As sanções foram justificadas por acusações de que o governo colombiano estaria permitindo o avanço do narcotráfico em seu território, adicionando uma camada de tensão às relações bilaterais e regionais.
A postura de Petro, ao ligar a operação policial no Rio a um contexto político-ideológico e a conflitos internacionais, sublinha a polarização política e as diferentes visões sobre segurança pública na América Latina. As acusações diretas a grupos ligados ao ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro certamente reverberarão no cenário político de ambos os países, reacendendo debates sobre direitos humanos e o papel do Estado no combate ao crime.

