Governo federal é acusado de focar em desgaste político do governador carioca, Cláudio Castro, em vez de combater o crime organizado.
Em meio a confrontos no Rio, o Palácio do Planalto é criticado por focar em estratégias políticas para desgastar o governador carioca, ignorando a gravidade da crise de segurança.
Os recentes e violentos confrontos entre policiais e traficantes no Complexo do Alemão e da Penha, no Rio de Janeiro, expuseram uma grave crise de segurança pública que, segundo análises, estaria sendo abordada pelo Palácio do Planalto com foco em estratégias políticas em vez de soluções efetivas. Enquanto a população carioca enfrenta o terror imposto pelo crime organizado, a preocupação central do governo federal, conforme relatos, seria o impacto eleitoral e o desgaste de um opositor político.
De acordo com informações do jornalista Lauro Jardim, a visão predominante no governo federal seria a de que o governador Cláudio Castro obteve uma vitória inicial na opinião pública em termos de resposta à segurança. Contudo, a aposta do Palácio do Planalto seria de médio prazo, confiando que o desgaste político do governo do Rio de Janeiro virá com o tempo.
Um ministro teria afirmado que “é só o tempo de ficar claro que o Comando Vermelho não foi atingido em sua força, apesar de mais de uma centena de mortos”, enquanto um petista graúdo complementou que “as investigações sobre as mortes poderão trazer surpresas ruins para o governador.”
Essa perspectiva levanta sérios questionamentos sobre a moralidade e as reais intenções do governo federal. Em vez de demonstrar preocupação com a perda de vidas de policiais e cidadãos, ou com os 280 mil moradores das favelas cariocas que vivem sob o jugo do tráfico, a prioridade percebida seria a reeleição e a desestabilização de adversários políticos. A aposta em futuras investigações para “virar o jogo” em um segundo round, utilizando órgãos como a PF e a Receita Federal para atingir o “andar de cima”, sugere uma instrumentalização de estruturas estatais para fins eleitorais.
Críticas à Postura Governamental
A postura, descrita por críticos como imoral, revela um governo que, supostamente, torceria pelo pior cenário — o aprofundamento da crise e possíveis abusos — para minar a popularidade de um opositor. A ideia de que uma única operação federal contra cúmplices do tráfico na Zona Sul resolveria a tragédia diária de milhões de brasileiros oprimidos por criminosos armados com fuzis é vista como uma ilusão.
Essa abordagem, focada em cálculos políticos em detrimento da segurança e do bem-estar da população, é apontada como um dos fatores que levam o país a um “beco sem saída”. A crítica é direcionada à percepção de que o governo estaria mais interessado em disputas de poder do que na construção de uma nação sólida, capaz de enfrentar desafios complexos como o crime organizado com seriedade e colaboração.
A falta de uma parceria genuína com o governo estadual em um momento crítico agrava a crise e descredibiliza a capacidade de resposta do Estado.

