Declaração do ministro da Defesa belga sobre retaliação a ataque russo gera forte resposta de Moscou e acende alerta
O ministro da Defesa belga, Theo Francken, ameaça "varrer Moscou do mapa" em caso de ataque à OTAN, provocando resposta furiosa da Rússia e elevando tensões geopolíticas globais.
As relações entre a OTAN e a Rússia atingiram um novo patamar de tensão esta semana, após declarações contundentes do ministro da Defesa belga, Theo Francken, que provocaram uma resposta imediata e furiosa de Moscou. A retórica bélica escalou em um cenário geopolítico já fragilizado por conflitos e uma corrida armamentista nuclear em intensificação.
Em entrevista à revista semanal belga Humo, na quinta-feira, 30 de outubro, Francken alertou que, caso um míssil russo atingisse Bruxelas, o “coração da OTAN”, a resposta da aliança seria inequívoca: “Vamos arrasar Moscou”. Esta ameaça surge em um contexto de segurança deteriorado, marcado por relatos de drones não identificados sobre instalações militares e industriais sensíveis na Bélgica e em outros países europeus. Paralelamente, os EUA retomaram testes de armas nucleares, seguindo anúncios de Vladimir Putin sobre o desenvolvimento de novas capacidades, como o drone submarino Poseidon e o míssil de cruzeiro Burevestnik.
A Reação Veemente de Moscou e a Escalada Retórica
A declaração do ministro belga provocou uma reação imediata e contundente da Rússia. Dmitry Medvedev, ex-presidente e atual vice-presidente do Conselho de Segurança, classificou Francken como “idiota” em uma postagem na plataforma X.
Medvedev destacou o sucesso do Poseidon, descrevendo-o como uma “verdadeira arma de destruição em massa”, e, em resposta a um internauta, sugeriu que a Bélgica “desapareceria” caso o míssil fosse testado em seu território, deixando uma ameaça explícita no ar.
Francken, por sua vez, usou o Instagram para rebater as críticas, reafirmando sua posição. “O líder dos bandidos russos continua a ameaçar e insultar.
A OTAN não está em guerra com a Rússia e não deseja estar, mas o princípio da retaliação da nossa aliança é inquestionável há 76 anos. Foi isso que eu quis dizer em Humo, e mantenho cada palavra dita”, declarou o ministro belga, sublinhando a doutrina de dissuasão da aliança.
Questionado sobre a cautela inicial do Ocidente em relação a Moscou, Francken argumentou que a hesitação em retaliar “no início” da guerra na Ucrânia, por medo de uma reação de Vladimir Putin, apenas prolongou o conflito. Ele reiterou sua crença na dissuasão nuclear, afirmando que Putin sabe que, em caso de uso de armas nucleares, “elas varrerão Moscou do mapa”.
Embora a Bélgica não possua armas nucleares próprias, o país abriga cerca de 10 a 15 bombas nucleares B61 dos EUA na Base Aérea de Kleine Brogel, como parte de um acordo de compartilhamento nuclear da OTAN. Desde sua nomeação, Francken tem priorizado a modernização das forças armadas e o fortalecimento das capacidades antidrone, defendendo uma “Europa mais rearmada e mais lúcida” diante de Moscou e a dissuasão nuclear como “o último bastião da paz”.

