Cantor é apontado em relatório policial como intermediador em negociações de tráfico e alvo de controvérsias por críticas a operações policiais.
O cantor Oruam está sob investigação por suposta atuação como intermediador e símbolo de status para líderes do tráfico, incluindo chamadas de vídeo com Doca, do Comando Vermelho.
A Polícia Civil do Rio de Janeiro intensifica a investigação sobre o cantor Oruam, que é apontado como tendo acesso privilegiado a líderes do tráfico de drogas e atuando como intermediador em negociações criminosas. As autoridades consideram que o artista utiliza sua imagem pública para disfarçar uma “real identidade e atuação no submundo do crime”, uma acusação grave que coloca em xeque sua carreira e reputação.
De acordo com o relatório de investigação, Oruam teria participado de chamadas de vídeo com figuras proeminentes do Comando Vermelho, como Doca, Cocão e Coelhão. O principal objetivo desses contatos seria a negociação de uma aliança estratégica, visando cessar confrontos entre facções rivais.
A reunião virtual, mediada por indivíduos de relevância no tráfico, teria como propósito “reduzir os danos decorrentes dos conflitos internos”, conforme trecho do documento policial.
Por sua vez, Doca, apontado como o número dois do Comando Vermelho, conseguiu escapar de uma megaoperação policial recente, considerada a mais letal da história do país, que resultou em 121 mortos. O Disque Denúncia oferece uma recompensa de R$ 100 mil por informações que levem ao paradeiro do criminoso, evidenciando a importância de sua captura e a periculosidade de suas atividades.
Controversas Declarações e Implicações Legais
O envolvimento de Oruam nas investigações ganha contornos ainda mais polêmicos devido às suas manifestações em redes sociais. O cantor comparou a operação policial às ações do regime nazista, referindo-se às favelas como “novos campos de concentração”.
Ele criticou abertamente a ação policial, classificando-a como uma “chacina” e enfatizando que “a caneta mata mais do que o fuzil”, além de lembrar que “a favela também tem famílias”.
A Polícia Civil continua a coletar evidências para determinar a extensão da participação de Oruam nas atividades criminosas. A investigação busca esclarecer se o cantor ultrapassou a linha de um mero contato social para uma colaboração ativa com o crime organizado, o que poderia acarretar sérias consequências legais e um impacto significativo em sua imagem pública e carreira artística.

