Conflito agrário em Caarapó escalou após grupo Guarani-Kaiowá reivindicar terras tradicionais e relatar ameaças.
Cerca de 50 indígenas Guarani-Kaiowá ocuparam uma fazenda em Caarapó, MS, resultando no incêndio de maquinários agrícolas e da residência. Forças de segurança monitoram a área.
Cerca de 50 indígenas Guarani-Kaiowá incendiaram maquinários agrícolas e uma residência na Fazenda Ipuitã, em Caarapó (MS), na manhã de um sábado, 25 de outubro, em meio à ocupação da propriedade.
O incidente, que envolveu a expulsão do caseiro antes do início do fogo, gerou uma intensa mobilização das forças de segurança na região. O Corpo de Bombeiros Militar, a Polícia Militar, a Força Nacional e o Departamento de Operações de Fronteira (DOF) foram acionados para monitorar a área, onde imagens aéreas registraram a fumaça se espalhando pela fazenda. Embora a denúncia inicial mencionasse a presença de mais de 30 indígenas supostamente armados, o tipo de armamento não foi especificado, e não houve registro de feridos até a última atualização do caso.
Os indígenas Guarani-Kaiowá justificaram a ação alegando terem sido alvo de ameaças e agressões por parte de seguranças privados e jagunços que atuam na região. Eles reivindicam que a área ocupada está inserida em um território tradicional da Terra Indígena Guyraroká, cujo processo de demarcação ainda não foi concluído. Em contrapartida, os proprietários rurais contestam essa afirmação, defendendo que a terra em questão é de propriedade particular. O local da fazenda está situado às margens de uma aldeia indígena, o que intensifica a complexidade da disputa.
Este episódio se enquadra em um cenário de conflitos agrários recorrentes em Caarapó. Nas semanas anteriores, a mesma região foi palco de outras tensões envolvendo o grupo indígena. Em um incidente anterior, há aproximadamente uma semana, 10 indígenas, incluindo a liderança Valdelice Veron, foram feridos por balas de borracha durante uma outra ação de ocupação, evidenciando a escalada da disputa por terras na localidade.
