O governador Eduardo Riedel participou nesta quarta-feira (23) da reunião do Codesul (Conselho de Governadores do Codesul), em Brasília (DF). O grupo avançou em projetos importantes na área de segurança pública e na criação de um sistema integrado de monitoramento climático para os estados de Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
O objetivo é que estes projetos de integração possam fortalecer o combate ao crime organizado e dispor de um mecanismo moderno (sistema de monitoramento) para enfrentar eventuais crises climáticas. Neste último projeto foi assinado um memorando de entendimento com o Banco Mundial, que vai participar da criação.
“O Banco Mundial é um parceiro para discutir a integração dos estados no que diz respeito a toda prevenção e atuação em efeitos da mudança climática, como em desastres naturais, enchentes, queimadas. Vivemos isto de maneira muito intensa nos últimos anos, então nós vamos ter um alinhamento estratégico dos quatro estados em suas ações”, afirmou Eduardo Riedel, atual presidente do Codesul.
O projeto busca a mobilização de outros estados e até a participação da iniciativa privada. A previsão é que entre na fase de licitação, para que a proposta tenha encaminhamento final até julho com o Banco Mundial. O objetivo é que com este sistema os estados tenham respostas mais rápidas, integradas e eficazes para lidar com eventos extremos.
Riedel também destacou a importância do trabalho conjunto na área de segurança pública. “A atuação dos quatro estados de maneira harmônica e com inteligência compartilhada vai ser essencial para fazermos frente ao crime organizado, para termos ótimos resultados em 2025”.
Os governadores ainda apresentaram um plano estratégico de visão regional até 2040, com foco no desenvolvimento sustentável dos quatro estados. Entre os destaques estão ações coordenadas nas áreas de meio ambiente, educação, logística e segurança pública.
Durante a reunião ainda foram discutidas agendas em conjunto de caráter legislativo, que devem ser debatidas no Parlamento, com a devida mobilização das bancadas federais. Entre elas mudanças no FPE (Fundo de Participação dos Estados), Tratado Internacional Rodoviário, assim como a perda dos estados na distribuição dos royalties do petróleo e gás natural e regulamentação fundiária da faixa de fronteira.
Além do governador Eduardo Riedel, participaram do encontro os governadores Eduardo Leite (RS), Jorginho Mello (SC) e o vice-governador do Paraná, Darci Piana e representantes do Banco Mundial.
O Mato Grosso do Sul integrou nesta quarta-feira (23), em Brasília, na sede da CNI (Confederação Nacional da Indústria), o Fórum Empresarial Brasil-Chile, que reuniu empresários e líderes de diversos setores produtivos dos dois países, além de autoridades chilenas e brasileiras, para discutir o projeto de rotas de integração sul-americana, em especial, a Rota Bioceânica de Capricórnio.
Para o governador Eduardo Riedel, que participou da mesa redonda “Oportunidades de Negócios e Investimentos para o Corredor Bioceânico”, as relações comerciais entre Mato Grosso do Sul e o Chile estão harmônicas e a rota estará operacional em 2027, se consolidando como um marco de desenvolvimento para o continente sul-americano.
“Mato Grosso do Sul vai ser muito beneficiado. Nós estamos fazendo investimentos extremamente robustos de mais de 2 bilhões de reais em pavimentação de rodovias dentro do Estado para acessar a rota. A ponte entre o Paraná e Mato Grosso do Sul, olhando para a rota. Então, vai se desdobrando numa série de investimentos para todos as regiões do País. O Chile apresentou hoje aqui um plano de investimento e o Brasil tem investimentos tanto do governo federal quanto do Governo do Estado. Em 2027, a expectativa é que a rota esteja operacional. Isso é extremamente positivo para todos os envolvidos. O Mato Grosso do Sul sozinho exportou ao Chile 209 milhões de dólares em 2024 e importou 197 milhões de dólares. Estamos com uma expectativa de um aumento muito significativo diante dos sinais do empresariado em relação às oportunidades apresentadas aqui”, completou Riedel.
Ao fazer uma apresentação sobre as cinco rotas previstas de integração comercial sul-americana, a ministra de Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, declarou que todas estão contempladas no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e que a ponte que liga Porto Murtinho a Carmelo Peralta, no Paraguai, já está com 70% das obras concluídas. com prazo de entrega para maio de 2026 . “Há pelo menos 50 anos, Mato Grosso do Sul, Paraná e Santa Catarina, conversam sobre essa rota biooceânica. A Rota 4 [Bioceânica] significa investimentos e negócios. Sabemos que o Brasil é o terceiro maior parceiro comercial do Chile. O povo chileno já é a terceira maior população turística. Quando falamos de turismo, estamos falando da indústria, estamos falando de integração”, completou a ministra.
Ainda participaram do mesa redonda, o presidente do Chile, Gabriel Boric, juntamente com o ministro da Economia, Desenvolvimento e Turismo do Chile, Nicolás Grau, e o presidente da Fiems e vice-presidente da CNI (Confederação Nacional das Indústrias), Sérgio Longen.
O presidente chileno está no Brasil desde ontem (23), quando assinou 13 acordos comerciais com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
De janeiro a março de 2025, o intercâmbio comercial entre os países foi de cerca de US$ 2,7 bilhões. No período, o Brasil exportou US$ 1,56 bilhão e importou US$ 1,21 bilhão, o que fez com que o país atingisse um superávit de US$ 350 milhões. Entre os principais produtos brasileiros exportados ao Chile, encontram-se óleos brutos de petróleo, carnes, automóveis e tratores. O Brasil, por sua vez, importa do Chile principalmente salmão, vinhos e derivados de cobre.
O Brasil concentra o maior estoque de investimentos externos chilenos no mundo, e as empresas chilenas que atuam no Brasil se distribuem por áreas tão distintas quanto papel e celulose, varejo e energia. O Brasil, por sua vez, registra investimentos na economia chilena em setores como energia, serviços financeiros, alimentos, mineração, siderurgia, construção e fármacos.
Fonte: Site Semana ON