Declaração de Wellington Dias em evento federal provocou interpretações diversas e levou a prefeitura a esclarecer o sentido da fala.
O ministro Wellington Dias gerou controvérsia ao sugerir a troca da Carteira de Trabalho pelo Bolsa Família, provocando debate sobre o foco dos programas sociais.
O ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias, gerou uma onda de repercussão e controvérsia ao fazer um comentário sobre a possibilidade de “trocar a Carteira de Trabalho” pelo cartão do Bolsa Família. A declaração ocorreu na última segunda-feira (27) em Montes Claros, Minas Gerais, durante o lançamento do programa federal “Acredita no Primeiro Passo”, que visa a inclusão produtiva e o combate à pobreza.
O momento exato da fala se deu quando Dias compartilhava o palco com o prefeito de Salinas, Kinca Dias (PDT). O gestor municipal expressava a esperança de que, no futuro, as pessoas pudessem “trocar a Carteira de Trabalho”, ao que o ministro prontamente completou: “Pelo cartão do Bolsa Família, porque saiu da pobreza.” O prefeito de Salinas, então, arrematou, afirmando: “Esse é o nosso objetivo.” A breve interação, capturada em vídeo, rapidamente se espalhou pelas redes sociais.
A declaração provocou uma enxurrada de críticas, principalmente de setores que interpretaram a fala como um incentivo à dependência de programas sociais em detrimento da busca por emprego formal. Para muitos, a sugestão de “trocar” um documento que simboliza a formalidade e a autonomia financeira por um benefício social representava uma distorção dos objetivos de desenvolvimento e autonomia econômica.
Diante da intensa repercussão e da polarização gerada, o prefeito Kinca Dias veio a público para esclarecer o ocorrido. Ele afirmou que houve uma “dupla interpretação” da frase e que o sentido original da conversa foi distorcido. Segundo Kinca, a intenção era exatamente oposta àquela que estava sendo difundida.
Esclarecimento sobre o Foco em Emprego
O prefeito de Salinas explicou que o diálogo buscava sublinhar o desejo do governo federal de que os beneficiários do Bolsa Família conquistem autonomia financeira através do trabalho. “O presidente quer que o povo conquiste o trabalho e não precise mais do Bolsa Família”, justificou Kinca Dias, reiterando que o programa social serve como uma ponte, um suporte temporário, até que o cidadão possa se inserir no mercado de trabalho formal e garantir sua subsistência sem a necessidade do auxílio governamental.
A meta, portanto, seria a de que o cartão do Bolsa Família representasse uma fase superada, um marco de saída da vulnerabilidade, e não um substituto permanente da Carteira de Trabalho. O episódio destacou a sensibilidade das comunicações governamentais e a importância de clareza ao abordar temas relacionados a programas sociais e o mercado de trabalho, especialmente em um contexto de debate sobre políticas públicas de inclusão.

