Tecnologia de guerra e crime organizado se unem em recentes operações na Zona Norte do Rio de Janeiro
Investigação revela que um militar da Marinha auxiliou o Comando Vermelho no desenvolvimento e uso de drones-bomba, empregados em recente megaoperação no Rio de Janeiro, expondo a fusão de tecnologia e crime.
Criminosos do Comando Vermelho (CV) intensificaram suas táticas de ataque ao empregar drones-bomba durante a megaoperação policial deflagrada na última terça-feira (28) nos complexos da Penha e do Alemão, na zona norte do Rio de Janeiro. Imagens chocantes divulgadas pela Polícia Civil revelaram aeronaves não tripuladas sobrevoando equipes de agentes de segurança e lançando granadas de forma coordenada, evidenciando um novo e perigoso nível de confrontos armados na capital fluminense.
Essa sofisticada modalidade de ataque não é recente e já havia sido objeto de investigações. Em 2023, uma reportagem do programa Fantástico, da TV Globo, trouxe à tona um esquema alarmante: um militar da Marinha do Brasil teria sido o elo crucial para que o Comando Vermelho adaptasse esses equipamentos, transformando drones comerciais em armas de guerra capazes de acoplar e detonar explosivos.
A revelação chocava pela fusão entre tecnologia de ponta e o submundo do tráfico de drogas.
O protagonista dessa ajuda criminosa foi identificado como o cabo Rian Maurício Tavares Mota. Ele foi detido pela Polícia Federal em um quartel em Niterói, no Rio de Janeiro. As apurações indicaram que o cabo era o responsável direto pelo desenvolvimento de dispositivos específicos que permitiam acoplar granadas aos drones. Além da engenharia para a adaptação, Mota também era encarregado de treinar membros da facção no manuseio e na operação da tecnologia durante os embates armados, conferindo aos criminosos uma vantagem tática perigosa.
A Escalada da Violência e Tecnologia no Crime
A utilização de drones-bomba pelo Comando Vermelho representa uma escalada preocupante na capacidade operacional das facções criminosas no Brasil. A habilidade de lançar explosivos de plataformas aéreas não apenas aumenta o poder de fogo dos traficantes, mas também impõe riscos adicionais às forças de segurança e à população civil.
Essa tática eleva o patamar dos confrontos, exigindo das autoridades uma revisão urgente das estratégias de combate ao crime e de defesa contra essas novas ameaças tecnológicas.
O envolvimento de um militar das Forças Armadas nesse esquema sublinha a complexidade do problema da segurança pública e a infiltração do crime organizado em diferentes esferas. A facilidade com que o Comando Vermelho conseguiu acesso a expertise e tecnologia para aprimorar seu arsenal demonstra a necessidade de uma vigilância mais rigorosa e de mecanismos de controle mais eficazes para evitar que conhecimentos técnicos e militares sejam desviados para fins ilícitos, comprometendo a estabilidade e a paz social.

