Secretário Felipe Curi detalha perfil dos 99 suspeitos identificados, com 42 mandados de prisão em aberto e líderes de tráfico de outros estados.
Megaoperação no Rio revela que 78% dos mortos identificados possuíam ficha criminal grave, com 42 mandados de prisão em aberto, segundo a Polícia Civil.
A Polícia Civil do Rio de Janeiro divulgou, nesta sexta-feira, dados alarmantes sobre a megaoperação realizada nos complexos da Penha e do Alemão. De acordo com o secretário Felipe Curi, dos 99 mortos identificados entre os 117 suspeitos, 78 possuíam uma extensa ficha criminal por crimes graves.
A ação, que visou desmantelar quadrilhas e coibir a violência, revelou a complexidade e a periculosidade dos indivíduos envolvidos.
Entre os identificados, um número significativo de 42 indivíduos possuía mandados de prisão em aberto no momento da operação. Os crimes pelos quais eram procurados ou tinham registros incluíam homicídio, tráfico de drogas, organização criminosa e roubos, evidenciando o alto grau de envolvimento com atividades ilícitas. Os dados sublinham o desafio enfrentado pelas forças de segurança no combate ao crime organizado no estado.
A Conexão Interestadual do Crime
Um aspecto notável revelado pela investigação é a origem de muitos dos envolvidos. Quarenta dos mortos identificados eram de outros estados, incluindo Pará, Amazonas, Bahia, Goiás, Ceará, Espírito Santo, Mato Grosso e Paraíba.
O secretário Curi citou exemplos de chefes de tráfico de renome que foram encontrados na operação, como “Russo” do Espírito Santo, “Chico Rato” e “Gringo” do Amazonas, e “Mazola” da Bahia, indicando uma rede criminosa que transcende as fronteiras estaduais.
Além dos óbitos, a operação resultou na prisão de 113 pessoas, sendo 33 delas de outros estados e 10 adolescentes. Deste total, 54 já possuíam anotações criminais.
Todos os presos tiveram a prisão preventiva decretada em audiência de custódia, reforçando a gravidade das acusações e o perfil de alta periculosidade dos detidos.
Felipe Curi destacou a importância desses números para uma reflexão sobre a segurança pública. Ele afirmou que a presença de quase um terço de criminosos de fora do Rio é uma ‘constatação do que a Polícia Civil há cinco anos, com o advento das restrições e limitações das operações policiais, implicaria no fortalecimento do crime organizado’.
Segundo o secretário, essas limitações contribuíram para o aumento das disputas territoriais, das barricadas e para que as favelas se tornassem ‘bases operacionais do crime organizado e um local convidativo para que lideranças de outros estados viessem para cá’.
Os resultados da megaoperação fornecem um panorama crítico sobre a expansão e a articulação das facções criminosas no Rio de Janeiro, sublinhando a necessidade de ações contínuas e estratégicas para desarticular essas redes e restaurar a segurança nas comunidades afetadas. A presença de criminosos de alto escalão de diversas regiões do país no território fluminense reforça a urgência de uma abordagem integrada e o combate incessante ao crime organizado.

