Líder venezuelano busca suporte militar para enfrentar crescente presença americana no Caribe.
Nicolás Maduro, líder da Venezuela, solicitou ajuda militar da Rússia e China para conter a crescente presença dos EUA no Caribe, buscando apoio aéreo e mísseis.
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, teria solicitado ajuda militar estratégica da Rússia, China e Irã, conforme revelado por documentos confidenciais obtidos pelo jornal Washington Post. Esta iniciativa é uma resposta direta ao que Caracas percebe como uma crescente presença militar dos Estados Unidos na região do Caribe, vista como uma ameaça à soberania nacional venezuelana.
Os pedidos de Maduro abrangem um leque de necessidades militares, incluindo suporte aéreo, manutenção de aeronaves, aquisição de mísseis avançados e sistemas de detecção por radar, visando modernizar e fortalecer as capacidades defensivas do país.
Em suas comunicações com Moscou, as solicitações específicas de Maduro foram detalhadas, incluindo a restauração e manutenção de aviões de combate Sukhoi, a revisão e reparo de motores e sistemas de radar, além da aquisição de novos mísseis. Foi também proposto um plano de financiamento de três anos para essas aquisições, a ser operacionalizado através do conglomerado estatal russo Rostec.
Embora o Kremlin tenha reafirmado seu apoio à defesa da soberania venezuelana, não foram divulgados publicamente detalhes sobre as respostas ou compromissos firmados em relação às demandas apresentadas pelo líder sul-americano.
A China, um parceiro estratégico de longa data da Venezuela, também foi abordada pelo governo de Maduro. Os pedidos a Pequim incluíram o reforço da cooperação militar bilateral e a aceleração da produção e entrega de sistemas de radar.
Em sua argumentação, o presidente venezuelano caracterizou as ações dos Estados Unidos na região como uma “agressão ideológica”, ressaltando que tais movimentos não apenas impactam Caracas, mas também os interesses geopolíticos e estratégicos de Pequim. Até o momento, a China não emitiu uma resposta oficial pública sobre as solicitações venezuelanas.
Esta escalada diplomática e militar por parte da Venezuela ocorre em um cenário de intensificação da presença militar americana no Caribe, que envolve o deslocamento de navios, aeronaves e tropas. Washington justifica essa movimentação como parte de uma operação focada no combate ao narcotráfico.
No entanto, Caracas interpreta essa presença como uma potencial ameaça de intervenção ou mudança de regime. Em resposta a estas crescentes tensões e para demonstrar prontidão, Maduro ordenou a realização de exercícios militares em larga escala em território venezuelano, sublinhando a determinação do país em proteger sua integridade territorial.

