PUBLICIDADE

Lula viaja para expressar ‘solidariedade’ à Venezuela após ação militar dos EUA no Caribe

O presidente Lula viajará para a Colômbia para expressar solidariedade regional à Venezuela, após ações militares dos EUA no Caribe.

Presidente busca apoio regional em cúpula da Celac-UE em resposta a manobras militares estadunidenses na região.

O presidente Lula viajará para a Colômbia para expressar solidariedade regional à Venezuela, após ações militares dos EUA no Caribe.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva ajustou sua agenda para embarcar em uma missão diplomática crucial, visando articular uma manifestação de “solidariedade regional” à Venezuela. A iniciativa é uma resposta direta às recentes ações militares dos Estados Unidos no Caribe, que levantaram preocupações sobre a militarização da região e a soberania dos países latino-americanos.

Lula participará da cúpula dos países da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) com a União Europeia na Colômbia, onde se espera que a questão seja um dos pontos centrais de sua intervenção.

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, confirmou a postura do presidente. “É uma solidariedade regional à Venezuela, tendo em vista que o presidente tem dito repetidamente que a América Latina e sobretudo a América do Sul é uma região de paz e cooperação”, afirmou o chanceler. Vieira assegurou que essa manifestação não deverá prejudicar as negociações comerciais e bilaterais com os Estados Unidos, diferenciando as esferas de atuação.

Manobras dos EUA e Cenários de Tensão

Os Estados Unidos enviaram navios de guerra e caças para Porto Rico e outras áreas do Caribe, alegando que as operações visam conter o tráfico de drogas. No entanto, especialistas têm levantado questionamentos, sugerindo que os ataques, iniciados em setembro, podem configurar execuções extrajudiciais, mesmo que os alvos sejam supostos traficantes.

Washington, até o momento, não apresentou provas concretas de que os indivíduos envolvidos estivessem de fato ligados ao tráfico ou representassem uma ameaça direta aos EUA, alimentando o ceticismo sobre os reais motivos por trás da escalada militar.

A tensão se intensifica ao recordar que o governo do ex-presidente Donald Trump chegou a desenvolver uma série de opções para ações militares na Venezuela. Conforme reportagens do New York Times, essas opções incluíam ataques diretos a unidades militares que protegem o presidente Nicolás Maduro e até mesmo medidas para assumir o controle dos campos de petróleo do país.

Embora Trump hesitasse em aprovar operações de alto risco para tropas americanas, muitos de seus principais assessores pressionavam pela destituição de Maduro.

Atualmente, Lula está em Belém, participando de reuniões bilaterais no âmbito da COP30, onde se encontrou com chefes de Estado da Finlândia, Congo e Comores, além de ter um compromisso com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen. Sua viagem à Colômbia, na sequência, sublinha a urgência e a importância que o governo brasileiro atribui à estabilidade e à não-intervenção na América Latina.

A postura de Lula reflete o compromisso do Brasil com a diplomacia e a resolução pacífica de conflitos na região. Ao buscar uma frente de solidariedade, o presidente brasileiro tenta reforçar o papel da América Latina como um bloco coeso e autônomo, capaz de resistir a pressões externas e garantir sua condição de zona de paz, em um momento de crescente instabilidade geopolítica.

Leia mais

Rolar para cima