Senador do MDB-SE critica a fala do presidente sobre ação policial no Rio de Janeiro e cobra dados concretos.
Senador Alessandro Vieira (MDB-SE) criticou a postura de Lula (PT) ao criminalizar megaoperação policial no Rio, demandando dados concretos e plano pós-confronto.
O senador Alessandro Vieira (MDB-SE), relator da CPI do Crime Organizado, fez duras críticas à postura do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em relação à recente megaoperação policial no Rio de Janeiro. Em entrevista ao programa WW, o parlamentar sergipano classificou como ‘infeliz’ a decisão presidencial de criminalizar a ação dos policiais sem que houvesse dados concretos que comprovassem qualquer ilegalidade ou excesso por parte das forças de segurança.
Vieira ressaltou a natureza intrinsecamente violenta da operação, explicando que a escolha de atuar em áreas de confronto difícil, como as comunidades cariocas, naturalmente levaria a um cenário de alta intensidade. “Todos os envolvidos na operação seguramente sabiam que o resultado seria nessa linha porque foi uma escolha de uma ação de confronto”, afirmou o senador, destacando a previsibilidade do desdobramento diante do contexto operacional.
Para o senador, é crucial que, após o confronto, o governo do Rio de Janeiro e as secretarias de segurança pública apresentem um plano claro para os próximos passos. Ele enfatizou que o embate em si não pode ser o único objetivo de uma ação policial de grande porte, sendo fundamental uma estratégia de continuidade para a pacificação e controle territorial.
Contexto e a Politização da Segurança Pública
O parlamentar também trouxe à tona o cenário complexo que antecedeu a operação, mencionando o assassinato de uma idosa em meio a confrontos entre facções criminosas rivais – o Terceiro Comando Puro (TCP) e o Comando Vermelho (CV) – dias antes da intervenção policial. Este fato, segundo Vieira, ilustra a urgência e a dificuldade enfrentada pelas autoridades na região.
Alessandro Vieira criticou a politização do debate sobre segurança pública no Brasil, argumentando que as discussões são frequentemente pautadas por cálculos político-eleitorais. Ele observou que, historicamente, a direita tende a focar mais na segurança pública, enquanto a esquerda prioriza a redução das desigualdades sociais, criando um ciclo de polarização.
“Criminalizar antecipadamente a polícia é tão equivocado quanto a sina que qualquer um que está na comunidade é criminoso”, declarou o senador. Ele concluiu que a manifestação de Lula se alinha a uma visão tradicional da esquerda sobre o tema, mas falha ao desconsiderar a complexidade e a necessidade de apoio às forças de segurança que atuam em cenários de alto risco.

