Presidente critica GLO e declara que Forças Armadas não atuarão em operações de segurança pública em áreas urbanas.
O presidente Lula reiterou que as Forças Armadas não atuarão em favelas para combater o tráfico, criticando o uso da GLO para essa finalidade.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reafirmou sua posição de que as Forças Armadas não devem ser empregadas em favelas para combater o tráfico de drogas, uma postura que tem gerado debate no cenário político nacional. A declaração, feita em outubro de 2023, ressalta a crítica do chefe do Executivo ao uso da Garantia da Lei e da Ordem (GLO) para esse tipo de finalidade, defendendo um papel distinto para os militares.
Durante uma interação com jornalistas no Palácio do Planalto, em 27 de outubro de 2023, o presidente foi enfático ao declarar: “Não quero as Forças Armadas na favela brigando com bandido. Não é esse o papel das Forças Armadas, enquanto eu for presidente não tem GLO [Garantia da Lei e da Ordem].” A fala sublinha a visão do governo federal sobre a distinção entre defesa nacional e segurança pública interna.
Repercussão e o Debate no Rio de Janeiro
A posição do presidente ganhou nova repercussão esta semana, após uma intensa megaoperação policial nos complexos do Alemão e da Penha, na Zona Norte do Rio de Janeiro. A ação resultou em um elevado número de mortes, incluindo quatro policiais, e reacendeu o debate sobre a necessidade de apoio federal e a atuação das Forças Armadas em áreas conflagradas.
A incursão policial no Rio de Janeiro desencadeou uma troca de acusações entre o governo federal e o governo estadual. O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), expressou sentir-se “sozinho” no enfrentamento ao crime organizado e criticou a recusa do governo federal em decretar uma GLO.
Em resposta, o Palácio do Planalto esclareceu que não recebeu nenhum pedido formal para a decretação da GLO, e que tal medida dependeria de um decreto presidencial.
Apesar da postura do presidente Lula, autoridades de segurança do estado do Rio de Janeiro demonstram abertura para a colaboração militar. O secretário de Segurança, Victor dos Santos, e o comandante da Polícia Militar, coronel Marcelo de Menezes, já manifestaram apoio à atuação conjunta do Exército com as forças estaduais no combate ao tráfico, conforme reportado por veículos de imprensa.
Esse posicionamento evidencia uma divergência de visões sobre a melhor estratégia para enfrentar o crime organizado em áreas de alta complexidade.

