Decisão de priorizar apoio à Venezuela em meio a tensões regionais levanta preocupações sobre riscos econômicos e alinhamento ideológico, segundo analistas.
Lula alterou agenda para cúpula da Celac na Colômbia, visando solidariedade à Venezuela. A decisão, vista como ideológica, pode expor o Brasil a riscos econômicos.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva alterou sua agenda oficial para participar da cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), que ocorrerá em Santa Marta, Colômbia, nos dias 9 e 10 de novembro. A mudança, confirmada pelo ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, tem como principal objetivo expressar solidariedade à Venezuela, em um momento de escalada de tensões regionais e ações militares dos Estados Unidos no Caribe.
A decisão do governo brasileiro, no entanto, tem sido alvo de críticas por parte de analistas e setores diplomáticos. Eles apontam que o gesto de apoio à Venezuela de Nicolás Maduro, regime que enfrenta sanções internacionais e acusações de crimes contra a humanidade, representa uma escolha ideológica que pode expor o Brasil a riscos econômicos e diplomáticos desnecessários.
Impactos Econômicos e Diplomáticos
Enquanto o Brasil lida com desafios internos significativos, como uma inflação acumulada acima da meta, persistência do desemprego e pressões fiscais, a prioridade dada ao regime venezuelano levanta questionamentos. Críticos argumentam que, ao optar pelo simbolismo político em detrimento do pragmatismo, o governo federal pode prejudicar a credibilidade do país no cenário internacional.
Fontes diplomáticas, que preferem o anonimato, alertam que a retórica anti-americana associada a essa aproximação pode complicar as negociações comerciais com Washington. A possível redução de tarifas impostas a produtos brasileiros, um tema de grande interesse para a economia nacional, poderia ser impactada negativamente, comprometendo potenciais ganhos comerciais e investimentos.
Analistas de política externa e economia avaliam que, ao sinalizar alinhamento com um projeto político que muitos consideram falido, o governo brasileiro se distancia de parceiros estratégicos importantes. Essa postura, segundo eles, não apenas compromete a recuperação econômica nacional, mas também pode isolar o Brasil em um momento crucial para a redefinição de sua posição no tabuleiro geopolítico global.
A escolha de priorizar a solidariedade ideológica em detrimento de interesses econômicos e diplomáticos mais amplos é vista como um erro estratégico que pode ter repercussões duradouras.

