Defesa tenta reverter regime fechado imposto pela Justiça italiana enquanto processo de extradição avança.
A Corte de Cassação da Itália avalia recurso da defesa de Carla Zambelli contra a prisão em regime fechado, enquanto o processo de extradição segue em andamento.
A Corte de Cassação da Itália começou a analisar nesta quarta-feira (8), em Roma, o recurso apresentado pela defesa da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) contra sua prisão em regime fechado. A decisão dos juízes é esperada nos próximos dias.
Carla Zambelli está detida desde 29 de julho na penitenciária feminina de Rebibbia, em Roma. A prisão ocorreu após a deputada ser encontrada em um apartamento na periferia da cidade, depois de quase dois meses sendo considerada foragida da Justiça brasileira. Em maio, o STF a condenou a dez anos de prisão pelo caso de invasão hacker aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
A Corte de Apelação de Roma já havia rejeitado o pedido de prisão domiciliar feito pela defesa de Zambelli, alegando “fortes indícios de risco de fuga” e afirmando que seu estado de saúde era compatível com o cárcere. O processo de extradição foi solicitado pelo governo brasileiro em junho.
O procurador da Justiça italiana se manifestou contra a saída da deputada da prisão, conforme relatado por investigação jornalística. O advogado de Zambelli, Giuseppe Bellomo, se mostrou otimista quanto à decisão dos juízes, mesmo após o parecer contrário do procurador. O recurso de Zambelli foi o sexto discutido na Corte de Cassação nesta manhã, entre mais de 20 casos.
Além da condenação de dez anos pelo caso do CNJ, Zambelli também foi condenada em agosto pelo STF, por 9 votos a 2, a cinco anos e três meses de prisão pelos crimes de porte ilegal de arma de fogo e constrangimento ilegal com uso de arma. O tribunal italiano aguarda parecer da Procuradoria Geral antes de marcar nova audiência. A decisão final sobre a extradição caberá ao ministro da Justiça da Itália, Carlo Nordio, e o andamento do processo pode levar mais de um ano.

