Parcerias visavam auxiliar agricultores e comunidades quilombolas em direitos previdenciários, mas foram canceladas.
O governo do Maranhão apagou do site oficial reportagens sobre parcerias com a Conafer, investigada por fraudes no INSS. Acordo visava apoiar agricultores.
Após a prisão do presidente Carlos Roberto Ferreira Lopes, a gestão do Maranhão removeu do site oficial registros de parcerias com a Confederação Nacional dos Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais do Brasil (Conafer), investigada por suspeitas de fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). A medida foi divulgada nesta quarta-feira (8) pelo jornal O Estado de S. Paulo.
O acordo entre o governo e a Conafer, firmado em 2024, tinha como objetivo auxiliar pequenos agricultores e comunidades quilombolas no acesso a direitos previdenciários. Segundo o documento, a entidade poderia protocolar pedidos e instruções no INSS em nome dos beneficiários. O governador Carlos Brandão (PSB) confirmou o cancelamento do acordo, alegando que nenhuma atividade foi realizada.
De acordo com autoridades citadas, o Instituto de Colonização e Terra do Maranhão não recebeu os treinamentos prometidos nem teve acesso aos sistemas do INSS, necessários para a execução do convênio. Outro projeto com a Conafer, visando o melhoramento genético de caprinos e ovinos, também ganhou destaque.
A Controladoria-Geral da União revelou que os descontos em benefícios do INSS ligados à Conafer saltaram de R$ 400 mil em 2019 para R$ 202 milhões em 2023. O Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) identificou depósitos em espécie e pagamentos de boletos sem relação com a atividade da entidade. Entre 2022 e 2025, a Conafer movimentou R$ 797 milhões.
O governo do Maranhão afirmou que suspendeu todas as tratativas com a Conafer para preservar sua imagem institucional e destacou o compromisso com a gestão pública e o desenvolvimento social do Estado. A Conafer não se manifestou.