Crescimento das fraudes via Pix exige atenção redobrada; entenda o esquema do 'Pix errado' e saiba como se proteger de criminosos que usam o sistema para enganar usuários de boa-fé.
Criminosos usam o 'Pix errado' para enganar: fazem uma transferência, pedem a devolução e acionam o MED, transformando a vítima em suspeita de fraude.
O rápido crescimento da popularidade do Pix, o sistema de pagamentos instantâneo do Banco Central, atraiu a atenção de criminosos que buscam novas formas de fraude. Entre os diversos esquemas, o “Golpe do Pix errado” se destaca pela sua sofisticação e pelo risco de transformar a vítima em suspeita de fraude.
Nesse golpe, o criminoso realiza uma transferência para a conta de uma pessoa e, em seguida, entra em contato, alegando que o envio foi um erro e solicitando a devolução imediata do valor.
O grande perigo reside no momento da suposta devolução. Em vez de orientar a vítima a usar o recurso oficial de devolução do Pix, o golpista aciona o Mecanismo Especial de Devolução (MED). Este é um recurso legítimo dos bancos, mas, quando ativado pelo fraudador, pode bloquear a quantia original transferida para a conta da vítima. Se a vítima, agindo de boa-fé, devolve o dinheiro por meios alternativos ou por uma nova transferência, ela pode ser identificada pelo sistema como a autora da fraude, já que o golpista se apresenta como o verdadeiro prejudicado, recuperando o valor inicial e, por vezes, recebendo um adicional indevido.
Como se Proteger e Agir em Caso de Suspeita
A recomendação número um para evitar cair no “Golpe do Pix errado” é sempre desconfiar de qualquer pedido de devolução via Pix, especialmente se vier de remetentes desconhecidos ou for acompanhado de um tom de urgência. Golpistas frequentemente pressionam para que a vítima devolva o valor rapidamente, sem tempo para verificar a origem da transferência ou buscar orientação adequada.
Caso receba uma transferência inesperada seguida de um pedido de devolução, a primeira atitude é não devolver o valor imediatamente. Em vez disso, entre em contato com o seu banco pelos canais oficiais (aplicativo, telefone ou agência), informe o ocorrido e solicite orientação.
O banco poderá verificar a legitimidade da transação e indicar o procedimento correto. Nunca mantenha contato com o golpista ou forneça informações pessoais.
Se for necessário devolver o valor, utilize exclusivamente o recurso de devolução do Pix disponível no aplicativo do seu banco. Este é o único meio seguro e rastreável para realizar o estorno, pois impede que você seja responsabilizado por movimentações suspeitas caso o golpista acione o MED.
Além disso, faça um boletim de ocorrência (B.O.) para formalizar a situação e proteger seus direitos, guardando todas as evidências possíveis, como comprovantes da transação e prints de conversas.
Para uma prevenção contínua, evite expor dados sensíveis em redes sociais, como chave Pix (especialmente CPF), nome completo e número de telefone, pois essas informações podem ser usadas por criminosos para personalizar golpes. Verifique regularmente o extrato bancário em busca de movimentações suspeitas e, em caso de dúvida, sempre consulte o seu banco.
A precaução é a melhor defesa contra as artimanhas dos fraudadores.

