Levantamento da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom) aponta que o preço interno da gasolina está R$ 0,23 por litro acima da paridade.
Um levantamento da Abicom revela que a gasolina no Brasil está 8% mais cara que o preço de paridade de importação, com o litro custando R$ 0,23 acima do valor ideal.
O preço da gasolina no Brasil está 8% acima do preço de paridade de importação (PPI), conforme apontou a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom) em levantamento divulgado nesta sexta-feira. Essa diferença, que já havia atingido 10% na semana anterior, recuou devido à queda nas cotações internacionais e à estabilidade do câmbio, que fechou cotado a R$ 5,35 por dólar.
De acordo com a Abicom, o preço interno da gasolina está R$ 0,23 por litro acima da paridade, com variações entre R$ 0,17 e R$ 0,31, dependendo do polo de entrega. Apesar dessa defasagem, tanto a Petrobras quanto a Acelen mantêm os preços congelados desde junho, quando a estatal promoveu uma redução de 5,6%.
A associação alegou que as “janelas de importação” permanecem abertas há 39 dias, o que indica que o mercado ainda apresenta condições para importar o produto de forma vantajosa em relação aos preços domésticos. Por outro lado, o diesel está 4% abaixo do preço internacional, com uma defasagem média de R$ 0,14 por litro, sendo que o último reajuste da Petrobras para o combustível ocorreu em maio.
Segundo a Abicom, o cenário atual reflete o câmbio elevado e a desvalorização do petróleo no mercado externo, com o barril do Brent sendo negociado acima de US$ 66. A Petrobras, sob a presidência de Magda Chambriard desde maio de 2024, continua a adotar a política de preços estabelecida em 2023, que abandonou o alinhamento automático aos preços internacionais. Essa abordagem, apoiada pelo governo Lula, busca considerar os custos internos de produção e logística, numa tentativa de “abrasileirar” os preços e reduzir a volatilidade nos postos de combustíveis.
O modelo de precificação tem sido alvo de críticas por parte do setor e de importadores, que alegam desestímulo à concorrência e insegurança para investimentos privados no mercado nacional de combustíveis.