Vídeo divulgado por criminosos ostenta armamento pesado e desafia forças de segurança nos Complexos do Alemão e da Penha.
Integrantes do Comando Vermelho divulgaram vídeo zombando da polícia após a megaoperação mais letal no Rio, exibindo armas de grosso calibre e desafiando as forças de segurança.
Após a megaoperação policial mais letal da história do Rio de Janeiro, que abrangeu os complexos do Alemão e da Penha, integrantes do Comando Vermelho (CV) divulgaram, na última quinta-feira (30/10), um vídeo que gerou revolta e preocupação. Nas imagens, os criminosos aparecem zombando abertamente das forças de segurança responsáveis pela Operação Contenção, deflagrada na terça-feira (28/10), evidenciando um claro desafio à autoridade estatal.
O vídeo, amplamente compartilhado nas redes sociais, mostra os faccionados ostentando armamento de grosso calibre, incluindo fuzis e outras armas pesadas. Em tom de deboche, eles proferem frases como “Nós somos os cria, c4ralho. Só AK-47. Só R10. Pesadão. Os cria tá na pista”, e em outro momento, “É facção. É os cria. Nós tá no miolo”, em uma clara demonstração de poder e intimidação no território.
Ação Policial e Arsenal Apreendido
Em resposta à ação criminosa e para informar sobre o trabalho das forças de segurança, o delegado Vinicius Domingos, da Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro (PCERJ), utilizou suas redes sociais para divulgar imagens do arsenal apreendido durante a megaoperação. A apreensão de tais equipamentos bélicos é um indicativo da capacidade de fogo e organização das facções atuantes na região.
De acordo com o delegado Domingos, o material apreendido está sob análise da Coordenadoria de Fiscalização de Armas e Explosivos (CFAE) e será posteriormente encaminhado à perícia técnica. Em uma análise preliminar, foi informado que a operação resultou na apreensão de um número significativo de fuzis de diversos modelos e origens.
Entre as armas apreendidas, destacam-se 11 fuzis G3 de fabricação alemã, 13 fuzis FAL de origem belga e 16 fuzis AK-47 de procedência russa. Além desses, outros fuzis da plataforma AR, de origem americana, também foram recolhidos.
O delegado ressaltou um dado importante: mais de 90% dos fuzis da plataforma AR apreendidos são classificados como “cop fakes”, ou seja, armas falsificadas, o que pode indicar tanto a dificuldade de acesso a armamento original quanto uma estratégia para enganar as forças policiais.
A divulgação do vídeo pelos faccionados e a subsequente resposta da polícia reforçam a complexidade do cenário de segurança pública no Rio de Janeiro. Enquanto as forças de segurança buscam desmantelar as organizações criminosas e apreender seu arsenal, a ostentação de poder por parte dos criminosos representa um desafio contínuo à pacificação e ao controle territorial, exigindo estratégias abrangentes e persistentes por parte do Estado.

