Ex-militar da Marinha é apontado como 'engenheiro' do Comando Vermelho, responsável por adaptar drones para ataques aéreos com granadas.
Um ex-militar da Marinha é acusado de ser o 'engenheiro' do Comando Vermelho, ensinando a facção a usar drones adaptados para lançar granadas contra a polícia.
Rian Maurício Tavares Mota, ex-militar da Marinha do Brasil, é apontado como o “engenheiro militar” do Comando Vermelho (CV). Com um passado que inclui cursos rigorosos nas Forças Armadas, Mota é agora suspeito de ter introduzido uma tecnologia bélica avançada ao crime organizado: drones adaptados para lançar granadas.
Sua prisão e a iminente transferência para presídios federais de segurança máxima ocorrem após uma megaoperação nos Complexos do Alemão e da Penha, no Rio de Janeiro.
A Polícia Federal detalha que Mota utilizou seus profundos conhecimentos técnicos para transformar equipamentos de espionagem em armas de ataque aéreo. Essa inovação tática se tornou um diferencial estratégico nos confrontos em favelas, com relatos de policiais sendo atacados por artefatos explosivos arremessados de drones.
A tática remete a cenários de guerra observados em conflitos internacionais, como na Ucrânia e no Oriente Médio, evidenciando uma escalada na capacidade ofensiva das facções.
Interceptações telefônicas, parte crucial da investigação, revelam que o ex-militar fornecia orientações detalhadas a membros da cúpula do CV, incluindo Edgar Alves de Andrade, conhecido como Doca, que ainda permanece foragido. A PF ressalta que o uso desses equipamentos já frustrou tentativas de captura de líderes da facção em operações anteriores, destacando a eficácia e o perigo dessa nova forma de combate.
O Passado Militar e a Estruturação do Crime
A trajetória de Rian Maurício Tavares Mota na Marinha incluía sua atuação no Comando da Força de Superfície, setor vital para a estrutura naval do país, e a conclusão do curso de mergulhador, uma qualificação de alto nível. Contudo, ele foi preso em 2024 dentro de um quartel, um desfecho que chocou as autoridades e expôs a infiltração de conhecimento militar no submundo do crime.
A investigação aponta que Mota não apenas estruturou o setor de drones do Comando Vermelho, mas também projetou métodos de ataque aéreo específicos contra as forças policiais e foi fundamental no treinamento de operadores dentro das comunidades. Esta expertise militar, agora a serviço do crime, representa um desafio significativo para a segurança pública.
Além de Mota, outros nove indivíduos considerados de “alta periculosidade” também estão programados para serem transferidos para presídios federais, em uma tentativa de desmantelar a cúpula da facção e neutralizar essas novas ameaças.

