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Descomando vermelho

O presidente Lula enfrentou críticas por sua reação à Operação Contenção no Rio de Janeiro, priorizando a popularidade em vez de uma resposta imediata e contundente ao crime organizado.

Presidente Lula é criticado por reação tardia e foco em popularidade diante de operação anticrime no Rio de Janeiro.

O presidente Lula enfrentou críticas por sua reação à Operação Contenção no Rio de Janeiro, priorizando a popularidade em vez de uma resposta imediata e contundente ao crime organizado.

O Brasil se encontra em um momento crucial no enfrentamento às organizações criminosas que desafiam o Estado, mas a reação inicial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Operação Contenção, no Rio de Janeiro, gerou intensas críticas. Ele foi acusado de se resguardar, não por medo da violência que assola os cariocas, mas por receio de perder popularidade, repetindo um padrão já observado no início do ano.

A Operação Contenção resultou na prisão de 113 pessoas, apreensão de 91 fuzis e 117 suspeitos mortos. No dia seguinte, a cúpula do Palácio do Planalto, incluindo o marqueteiro Sidônio Palmeira, reuniu-se para discutir a reação à ação contra a expansão do Comando Vermelho.

O ministro Ricardo Lewandowski, após a reunião, limitou-se a declarar que iria ao Rio para ‘apoiar’, afirmando que Lula estava ‘estarrecido’ e ‘surpreso’ com a operação, enquanto se enrolava ao ser confrontado com a alegação do governador Cláudio Castro sobre a falta de apoio federal.

A postura de Lula durante a crise foi particularmente notada quando, na posse de Guilherme Boulos como ministro, permaneceu em silêncio durante um minuto de silêncio pedido por Boulos ‘por todas as vítimas dessa operação no Rio de Janeiro’. O gesto foi amplamente considerado ‘inapropriado’ por significativa parcela da população carioca, reforçando a percepção de uma liderança hesitante em abordar diretamente a questão.

Resposta Tardia e Movimentos Legislativos

Diante da pressão, o presidente foi impelido a agir. Ironicamente, sancionou um projeto de lei do senador Sergio Moro (União-PR), responsável por suas condenações na Operação Lava Jato.

A nova legislação amplia a proteção de agentes públicos envolvidos no combate ao crime organizado e endurece as medidas contra facções. Além disso, Lula encaminhou ao Congresso Nacional um projeto de lei antifacção, buscando demonstrar um posicionamento firme contra o crime organizado, conforme transmitido por vídeo em suas redes sociais, após um comentário inicial em texto no X (antigo Twitter) muitas horas depois da deflagração da operação.

Acompanhando as reações formais, surgiram as retóricas governistas. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defendeu que o combate a facções criminosas pode ser feito sem disparar tiros, enquanto figuras como Boulos e Gleisi Hoffmann (PT) acusaram governadores de direita de querer ‘entregar o Brasil a Donald Trump’, em uma aparente tentativa de desviar o foco da discussão sobre segurança pública para um debate político mais amplo e conhecido.

Até o momento, os apoiadores do governo celebram que a popularidade de Lula não tenha sido abalada pelos eventos recentes. No entanto, o cenário nacional permanece desafiador, com a expansão das facções criminosas e a necessidade de uma resposta estatal coesa e eficaz, que transcenda as preocupações político-partidárias e priorize a segurança da população.

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