Relator Alessandro Vieira detalha estratégia de trabalho, focando em profissionais e autoridades para diagnóstico aprofundado da situação no país.
A CPI do Crime Organizado inicia seus trabalhos convocando agentes e autoridades ligadas ao combate a facções, buscando um diagnóstico sério e aprofundado da situação.
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Crime Organizado no Senado Federal, que terá como relator o senador Alessandro Vieira (MDB-SE), iniciará seus trabalhos com uma estratégia focada em profissionais diretamente envolvidos no combate às facções criminosas. Em entrevista à repórter Thayane Melo, da Band, o senador detalhou os primeiros passos da comissão, visando um levantamento sério e aprofundado da realidade do crime organizado no país.
A primeira leva de convocados será composta por agentes e especialistas que atuam na linha de frente contra as organizações criminosas. A intenção é colher informações técnicas e operacionais para entender a dinâmica e os desafios enfrentados por esses profissionais.
Essa abordagem inicial busca fundamentar as investigações em dados concretos e experiências práticas, estabelecendo uma base sólida para as análises futuras da CPI.
Entre as autoridades políticas a serem chamadas, Vieira confirmou o ministro da Justiça, o governador do Rio de Janeiro e o diretor-geral da Polícia Federal. Além deles, governadores de estados que apresentaram tanto bons quanto maus resultados no combate ao crime organizado, acompanhados de seus respectivos secretários de segurança, serão convidados. O objetivo é criar um panorama abrangente, identificando as estratégias que funcionam e aquelas que se mostraram ineficazes.
Seriedade e Foco da Investigação
Questionado sobre uma possível convocação do rapper Oruam, acusado de envolvimento com o Comando Vermelho, o senador Alessandro Vieira foi enfático. “É um colegiado, então tudo passa por acordo ou voto, mas antecipo a minha opinião: este tipo de personalidade é irrelevante para um trabalho sério”, declarou.
A fala do relator sinaliza um compromisso em manter o foco da CPI em questões substantivas, evitando espetáculos midiáticos que possam desviar o objetivo principal da investigação.
Para garantir que a CPI não se transforme em um palanque eleitoral, Vieira afirmou que traçará um plano de trabalho robusto e uma abordagem pautada pela seriedade. Ele vê de forma positiva a composição da mesa com representantes da direita e da esquerda, ressaltando que o combate ao crime organizado é uma pauta de interesse nacional que transcende divisões político-partidárias.
A expectativa é que a comissão possa oferecer um diagnóstico preciso e propor soluções eficazes para um dos maiores desafios do Brasil.

