Moradores de Madureira convocados para assembleia sobre ‘taxa de segurança’ mensal de R$ 1,8 mil imposta pelo crime organizado.
Condomínio no Rio é investigado após síndico convocar assembleia para aprovar pagamento mensal de R$ 1,8 mil a traficantes como 'taxa de segurança'.
Um condomínio na Zona Norte do Rio de Janeiro se encontra no centro de uma polêmica e de uma investigação policial após a convocação de uma assembleia para deliberar sobre o pagamento de uma “taxa de segurança” mensal de R$ 1,8 mil a traficantes. O caso, que expõe a dura realidade da influência do crime organizado em áreas residenciais, mobilizou as autoridades e gerou apreensão entre os moradores de Madureira.
A convocação da assembleia, feita pelo próprio síndico, explicitava que o valor seria destinado à comunidade do Morro do São José, sob determinação do tráfico de drogas local. A proposta era que o pagamento, que visa supostamente garantir a segurança dos condôminos, tivesse início em maio de 2025, um prazo que sublinha a complexidade e a premeditação da coação. A reunião decisiva para os moradores está agendada para uma próxima terça-feira, onde a difícil escolha entre ceder à pressão criminosa ou enfrentar possíveis represálias será posta em votação.
Investigação Policial e Coerção
A Delegacia de Repressão a Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais (Draco) já está à frente das investigações. Em comunicado, a Polícia Civil informou que os administradores do condomínio estão sendo convocados para prestar esclarecimentos e depoimentos.
A ação policial busca entender as circunstâncias da convocação da assembleia e identificar os responsáveis pela imposição da taxa.
Moradores da região, inclusive de outros condomínios e comerciantes, relatam que a recusa em pagar essas taxas impostas pelo tráfico frequentemente resulta em represálias severas, como assaltos e outras formas de intimidação. O medo é um fator preponderante que leva muitos a cederem às exigências dos criminosos, criando um ciclo vicioso de dependência e fortalecimento do poder paralelo.
O episódio em Madureira não é isolado e reflete um padrão de atuação de grupos criminosos que expandem seu controle territorial para além do tráfico de drogas, impondo “serviços” e taxas ilegais a comunidades e condomínios. A situação ressalta a urgência de ações coordenadas entre as forças de segurança e o poder público para garantir a proteção dos cidadãos e coibir a atuação dessas milícias e facções.
O desfecho da assembleia e o avanço das investigações serão cruciais para determinar os próximos passos neste delicado cenário de segurança pública.

