Facção criminosa brasileira atinge 30 mil integrantes, número maior que as forças armadas de Uruguai e Paraguai, aponta InSight Crime.
O Comando Vermelho, com 30 mil membros, supera os exércitos de Uruguai e Paraguai, conforme relatório da InSight Crime, levantando sérias preocupações de segurança regional.
O Comando Vermelho (CV), uma das mais poderosas facções criminosas do Brasil, alcançou um patamar de organização e efetivo que rivaliza com forças militares de nações soberanas. De acordo com um relatório da InSight Crime, organização especializada em crime organizado na América Latina, o CV possui hoje cerca de 30 mil integrantes, um número que supera o contingente militar ativo de países vizinhos como Uruguai e Paraguai.
Este dado alarmante, originado de um levantamento publicado em 2020 e atualizado neste ano pela InSight Crime, destaca a crescente capacidade de mobilização e o poderio logístico da facção. Para contextualizar, dados do International Institute for Strategic Studies (IISS) de 2025 indicam que o Uruguai conta com aproximadamente 21 mil militares em serviço ativo, enquanto o Paraguai possui cerca de 14 mil. A comparação ressalta a dimensão do desafio imposto pelo crime organizado transnacional.
Implicações para a Segurança Regional
A expansão do Comando Vermelho para além das fronteiras numéricas de exércitos regulares de países vizinhos tem profundas implicações para a segurança regional. A capacidade de operar com um contingente tão vasto permite à facção não apenas controlar vastas áreas dentro do Brasil, mas também estender sua influência e atividades ilícitas, como tráfico de drogas, armas e extorsão, por toda a América do Sul.
A presença e a atuação de um grupo com tal envergadura representam uma ameaça direta à estabilidade e à soberania dos Estados.
A evolução do Comando Vermelho de uma organização criminosa local para uma rede transnacional com poderio comparável ao de forças estatais demonstra a falha em conter seu crescimento ao longo das décadas. Essa situação exige uma reavaliação das estratégias de combate ao crime organizado, que precisam transcender as abordagens tradicionais e envolver cooperação internacional robusta, inteligência compartilhada e ações coordenadas entre as nações afetadas.
O relatório da InSight Crime serve como um alerta contundente sobre a urgência de fortalecer as instituições de segurança e de desenvolver políticas públicas mais eficazes para desmantelar essas redes criminosas. A magnitude do Comando Vermelho não é apenas uma questão de segurança interna brasileira, mas um problema que afeta a geopolítica e a estabilidade de toda a região, demandando uma resposta multifacetada e integrada.
