Senador mineiro se retrata publicamente após críticas a Eduardo Bolsonaro e Zema, revelando os limites da autonomia no clã bolsonarista.
Senador Cleitinho se retrata publicamente após críticas a Eduardo Bolsonaro, evidenciando a perda de prestígio e os limites da autonomia dentro do bolsonarismo.
A semana foi particularmente desafiadora para o senador Cleitinho (Republicanos-MG). Conhecido por flertar com uma postura de independência, o parlamentar mineiro tentou se posicionar como uma voz crítica dentro da direita, direcionando comentários tanto a Romeu Zema quanto a Eduardo Bolsonaro (PL-SP), este último apontado como possível presidenciável.
Contudo, essa tentativa de autonomia gerou uma reação fulminante e imediata por parte da base bolsonarista.
O golpe mais direto veio de Eduardo Bolsonaro. Em uma resposta incisiva, o deputado federal declarou: “Imprudente foi darmos a vaga do Senado para você”.
A declaração não apenas sublinhou a insatisfação do clã, mas também serviu como um claro recado à militância fiel, que prontamente cobrou uma posição do senador. A pressão, vinda de figuras proeminentes e da base de apoio, mostrou-se insustentável para Cleitinho.
Diante do cenário, Cleitinho sentiu o impacto da repercussão negativa. Em uma reviravolta que surpreendeu muitos, o senador correu à tribuna do Senado Federal não para se defender, mas para, em suas próprias palavras, “pedir perdão” diretamente a Jair Bolsonaro. Ele aproveitou a oportunidade para reafirmar sua “gratidão” e lealdade ao ex-presidente, em um movimento claro para tentar conter a crise e reverter a percepção de deslealdade.
Os Limites da Autonomia no Bolsonarismo
O episódio serve como um forte lembrete dos limites da autonomia política dentro do bolsonarismo. Cleitinho, ao ousar criticar figuras centrais do movimento, foi rapidamente corrigido, evidenciando que a dissidência ou a tentativa de uma via independente é pouco tolerada.
A exigência de lealdade irrestrita ao clã e aos seus princípios se mostra como uma das bases da coesão do grupo, com poucos espaços para manobras individuais sem consequências.
Com a retratação pública e o pedido de perdão, Cleitinho conseguiu, em tese, amenizar a crise imediata. No entanto, o custo político foi alto.
Fontes próximas indicam que a direita mais fiel e os próprios Bolsonaro agora desejam manter distância do senador, o que pode impactar significativamente seu prestígio e sua capacidade de articulação política futura. O ocorrido reforça a percepção de que, no bolsonarismo, a lealdade é um ativo inegociável.

