Acordo comercial marca retomada das exportações após meses de paralisação e alivia produtores americanos.
China e EUA fecham acordo para a compra de 12 milhões de toneladas de soja neste ano, com 25 milhões anuais pelos próximos três anos, aliviando produtores americanos.
A China confirmou a retomada das importações de soja dos Estados Unidos, em um acordo bilionário que promete reaquecer as relações comerciais entre as duas maiores economias do mundo. O anúncio foi feito nesta quinta-feira (30) pelo secretário do Tesouro americano, Scott Bessent, marcando um novo capítulo após meses de paralisação e incertezas que afetaram o setor agrícola dos EUA.
O compromisso de Pequim é substancial: a aquisição de 12 milhões de toneladas métricas de soja ainda neste ano e um volume mínimo de 25 milhões de toneladas anuais pelos próximos três anos. Essa garantia de compra representa um respiro muito aguardado pelos produtores rurais americanos, que viram suas exportações para o gigante asiático serem drasticamente reduzidas em meio a disputas tarifárias e tensões geopolíticas. O presidente Donald Trump já havia antecipado a notícia, mencionando compras “enormes” do grão sem, contudo, detalhar os termos.
Impacto na Balança Comercial e no Agronegócio Global
Este novo acordo não apenas reabre um dos canais comerciais mais vitais do agronegócio global, mas também sinaliza uma descompressão nas relações entre Washington e Pequim. Em 2024, o comércio bilateral de soja movimentou mais de US$ 12 bilhões, sublinhando a importância estratégica desse produto.
A China, historicamente um dos maiores compradores de soja americana, havia evitado o grão dos EUA no ciclo de exportação anterior, buscando alternativas em outros mercados devido à iminência de novas tarifas comerciais.
De acordo com dados do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA), o país exportou cerca de 27 milhões de toneladas de soja para a China em 2024. Embora o volume do novo acordo para este ano seja menor que o pico anterior, o compromisso plurianual de 25 milhões de toneladas anuais é um indicativo robusto de estabilidade e de uma parceria renovada.
A expectativa é que essa movimentação traga mais previsibilidade e segurança para os mercados de commodities agrícolas.
A retomada das compras chinesas é vista como um passo crucial para a normalização do comércio global de produtos agrícolas e para o fortalecimento da economia rural americana. Além dos benefícios diretos para os agricultores, o acordo pode pavimentar o caminho para futuras negociações e a resolução de outras pendências comerciais entre os dois países, reforçando a interdependência econômica global.

