Pedido do governador Cláudio Castro visa quebrar a comunicação de dez líderes da facção criminosa após megaoperação no Rio de Janeiro.
Dez líderes do Comando Vermelho podem ser transferidos para presídios federais, incluindo Mossoró, para cortar comunicação e enfraquecer a facção no Rio de Janeiro.
O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, solicitou formalmente a transferência imediata de dez líderes proeminentes do Comando Vermelho (CV) para presídios federais de segurança máxima. Entre as unidades na mira para receber esses criminosos de alta periculosidade, destaca-se o Presídio Federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte.
A medida emerge como uma resposta estratégica após a letal megaoperação realizada no Complexo da Penha e do Alemão, que resultou em 119 mortes e se tornou a mais sangrenta da história recente do estado.
A autorização para a movimentação dos detentos partiu do vice-presidente Geraldo Alckmin, que estava no comando do Palácio do Planalto durante viagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O objetivo central dessa decisão é claro: desmantelar a rede de comunicação e comando do Comando Vermelho.
Relatórios de inteligência indicam que, mesmo estando presos em unidades estaduais como Bangu, no Rio de Janeiro, esses líderes continuavam a ditar ordens para o tráfico de drogas e a orquestrar atentados.
Entre os nomes que compõem a lista de transferências estão figuras conhecidas como Waguinho de Cabo Frio, Da Marinha, Irmão Metralha e Naldinho, todos integrantes da chamada “Comissão”, a cúpula nacional da facção criminosa. Cláudio Castro enfatizou a importância da integração das forças de segurança, mas foi categórico ao afirmar que “bandido perigoso tem que ser isolado sem regalia”, sublinhando a necessidade de cortar qualquer privilégio ou acesso que facilite a continuidade das atividades criminosas.
O Sistema Penitenciário Federal
O sistema prisional federal de segurança máxima é composto por cinco unidades estrategicamente localizadas pelo país: Mossoró (RN), Brasília (DF), Porto Velho (RO), Campo Grande (MS) e Catanduvas (PR). Este modelo se mostrou eficaz na manutenção do isolamento de grandes líderes criminosos, como Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, do PCC, e Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, também do Comando Vermelho, que estão há anos sob custódia federal, longe do controle direto das ruas.
A possível chegada desses novos chefes do CV ao Rio Grande do Norte reforçaria o papel do presídio de Mossoró como uma verdadeira muralha contra o crime organizado em nível nacional. A estratégia de isolamento em unidades federais busca não apenas impedir a comunicação e a articulação das facções, mas também enfraquecer sua estrutura hierárquica e operacional, contribuindo para a segurança pública em todo o território brasileiro.

