CoMeta, da USP, investirá R$ 50 milhões para integrar pesquisas e desenvolver novos tratamentos para condições como câncer e doenças parasitárias.
A USP investirá R$ 50 milhões na criação do Centro de Metabolismo (CoMeta), unindo pesquisadores para desvendar a relação entre metabolismo e doenças, buscando novas terapias.
O Brasil se prepara para um avanço significativo na pesquisa biomédica com a criação do Centro de Metabolismo (CoMeta) na Universidade de São Paulo (USP). Com um investimento previsto de R$ 50 milhões, o novo espaço visa aprofundar o entendimento sobre como as reações químicas vitais do organismo influenciam o surgimento e a progressão de diversas patologias, desde o câncer até doenças parasitárias.
A iniciativa representa um esforço concentrado para desenvolver tratamentos inovadores e mais eficazes.
O CoMeta ocupará uma área construída de 2.500 metros quadrados, distribuídos em dois andares, e foi concebido para reunir e integrar os quatro grupos de pesquisa da USP que já atuam na área do metabolismo em diferentes unidades. Além disso, o centro planeja incorporar novos grupos de pesquisa futuramente, promovendo uma abordagem multidisciplinar e colaborativa. A infraestrutura de ponta incluirá uma central analítica com equipamentos de última geração, um biotério para animais de pesquisa e salas especializadas em cultura de células e microscopia.
Focos de Pesquisa Estratégicos
Um dos pilares de pesquisa do CoMeta será a identificação de processos metabólicos essenciais para parasitas. O objetivo é desenvolver fármacos capazes de eliminar esses invasores sem causar danos aos hospedeiros, abrindo caminho para novas estratégias de combate a doenças negligenciadas como a doença de Chagas e a leishmaniose, que afetam milhões de pessoas.
Outra linha de investigação crucial abordará o metabolismo da nutrição. Pesquisadores estudarão como o organismo processa, utiliza e armazena a energia obtida dos alimentos, e os impactos diretos desses mecanismos na saúde e na prevenção de doenças crônicas.
O centro também dedicará esforços significativos para investigar as alterações metabólicas associadas ao câncer, buscando entender como a reprogramação metabólica das células tumorais pode ser explorada terapeuticamente.
Segundo Alicia Kowaltowski, professora da USP e coordenadora do projeto CoMeta, a colaboração é fundamental. “É muito difícil um pesquisador ser capaz de fazer tudo isso sozinho, por isso que ter um centro com especialistas de vários tipos e níveis diferentes trabalhando juntos é muito interessante.
A gente já troca ideias e conversa bastante, mas não é a mesma coisa que estar debaixo do mesmo teto”, afirmou, destacando o valor da integração física e intelectual. A expectativa é que a construção do centro comece nos próximos meses, após a aprovação do projeto executivo.

