Parceria visa fabricar medicamentos para câncer, diabetes e obesidade, além de fortalecer a pesquisa científica no país.
Brasil e China firmaram acordo para produção de medicamentos contra câncer, diabetes e obesidade, visando fortalecer a pesquisa e reduzir a dependência externa.
O Brasil e a China firmaram, nesta terça-feira (14), um acordo inédito na área da saúde, com foco na produção conjunta de medicamentos para combater o câncer, diabetes, obesidade e doenças autoimunes. A parceria, que também visa fortalecer a pesquisa científica e os estudos clínicos no país, envolve o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, a biofarmacêutica chinesa Gan & Lee Pharmaceuticals, a Fiocruz e a Biomm.
Um dos principais objetivos imediatos é a produção nacional da insulina glargina, vital para o tratamento do diabetes tipo 1 e 2, com a meta inicial de fabricar 20 milhões de frascos para o Sistema Único de Saúde (SUS). Inicialmente, o envase e a rotulagem ocorrerão no Brasil, utilizando insumo farmacêutico ativo importado da China. A produção completa será posteriormente nacionalizada no Centro Tecnológico em Insumos Estratégicos (CTIE), da Fiocruz, em Eusébio (CE).
O memorando de entendimento abrange a transferência de tecnologia e a cooperação científica, passos considerados estratégicos para diminuir a dependência externa de insulinas e fortalecer a cadeia produtiva nacional de insumos estratégicos. Alexandre Padilha declarou que há um grande empenho dos governos do Brasil e da China para que essa parceria estratégica seja produtiva, gerando conhecimento conjunto e garantindo mais medicamentos à população brasileira.
Além da insulina, o acordo abre a possibilidade para novos estudos e medicamentos inovadores, como os análogos ao hormônio GLP-1, utilizados em terapias para controle do apetite e glicose, com potencial no tratamento da obesidade e do diabetes tipo 2. Wei Chen, CEO da Gan & Lee, destacou que a parceria marca um novo patamar de cooperação tecnológica e científica entre os dois países. Atualmente, a Gan & Lee está presente em mais de 30 países e o setor biomédico chinês apresentou crescimento acelerado em 2024.

