Companhia aérea brasileira avança na reestruturação financeira após pedido de Chapter 11 nos Estados Unidos.
A Azul, uma das principais companhias aéreas do Brasil, anunciou acordo com credores não garantidos, um passo crucial em sua reestruturação financeira.
A Azul, uma das três principais companhias aéreas do Brasil, anunciou neste sábado (1º/11) ter chegado a um acordo com credores não garantidos. Este movimento é considerado um passo significativo em seu processo de reestruturação financeira, iniciado após a empresa ter apresentado um pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos, em maio.
Os credores não garantidos, também conhecidos como quirografários, são aqueles que concederam empréstimos sem a exigência de um bem específico como garantia. Em situações de inadimplência, esses credores ocupam uma posição menos privilegiada. A escolha pelos EUA para o processo de recuperação judicial, por meio do Chapter 11, deve-se à flexibilidade da legislação americana e ao fato de que a maioria dos credores e contratos da Azul possui foro no estado de Nova York.
Reestruturação e Expectativas Futuras
O Chapter 11 é um mecanismo jurídico que permite a reorganização de dívidas de empresas em dificuldades financeiras, visando a sua continuidade operacional. Segundo as estimativas da Azul, a companhia aérea projeta sair da recuperação judicial já no início de 2026, um prazo que dependerá diretamente do nível de alavancagem financeira que a empresa conseguir atingir em meio ao processo de diminuição do seu endividamento.
A alavancagem financeira, vale ressaltar, é a estratégia de usar capital de terceiros para financiar investimentos, buscando multiplicar os retornos sobre o capital próprio, mas também elevando os riscos.
Em comunicado oficial, a Azul destacou que o acordo firmado com os credores não garantidos representa um “caminho claro” para a empresa. A recuperação judicial, como instrumento legal, permite que organizações renegociem suas dívidas, evitando a falência, o encerramento das atividades, demissões ou a interrupção do pagamento aos funcionários.
Por meio desse processo, as empresas obtêm um período de suspensão do pagamento de dívidas, mas devem apresentar um plano detalhado para acertar as contas e manter suas operações.
Este acordo reforça a estratégia da Azul de reorganizar suas finanças e garantir a sustentabilidade a longo prazo. A expectativa é que a conclusão bem-sucedida do processo de recuperação judicial permita à companhia aérea fortalecer sua posição no mercado e continuar suas operações de forma robusta no cenário da aviação brasileira.

