Levantamento indica que apenas 25% das propostas do governo foram aprovadas, o menor índice desde a redemocratização.
Levantamento aponta que o governo Lula 3 obteve o menor índice de aprovação de propostas no Congresso desde 1988, com apenas 25% de sucesso nas votações.
O governo de Luiz Inácio Lula da Silva tem enfrentado dificuldades para aprovar sua agenda no Congresso, com o pior desempenho desde a redemocratização em 1988. Uma análise revela que apenas 62 das 239 propostas enviadas ao Legislativo foram transformadas em lei, resultando em uma taxa de aprovação de apenas 25%.
Especialistas apontam que a perda de força do Planalto sobre o Congresso, impulsionada pelo avanço das emendas parlamentares e pela redução de outros instrumentos de negociação política, contribui para o baixo desempenho. Essa situação pode colocar em risco os planos para 2026, quando Lula deve disputar o quarto mandato.
O levantamento mostra que o terceiro mandato de Lula apresenta o pior resultado da série histórica. A derrota da medida provisória que previa a tributação de aplicações financeiras, estimada em uma arrecadação adicional de R$ 20,6 bilhões em 2026, é um exemplo dos desafios enfrentados pelo governo.
De acordo com o professor Vinícius Alves, do IDP-SP, o presidente tem menos instrumentos de negociação para estimular a cooperação do Legislativo do que em anos anteriores. As mudanças aprovadas a partir de 2015 no Congresso tornaram o pagamento de grande parte das emendas obrigatório pelo governo, com verbas que devem chegar a R$ 50 bilhões em 2026.
Apesar das dificuldades, a articulação do Planalto aposta que projetos econômicos podem mudar o cenário e fortalecer a imagem de Lula para 2026. O líder do governo na Câmara, Lindbergh Farias (PT-RJ), afirma que a prioridade é consolidar resultados na economia e garantir estabilidade.