A social-democracia europeia enfrenta seu menor índice desde a Guerra Fria, refletindo um distanciamento entre elites urbanas e classes populares.
A esquerda europeia enfrenta um momento de crise, com a ascensão de partidos populistas e o distanciamento das classes populares.
A esquerda na Europa passa por um momento de transformação, com a ascensão de partidos conservadores. A social-democracia atingiu 33,8%, o menor índice desde a Guerra Fria, reflexo de um cansaço com governos progressistas e uma divisão cultural entre as elites urbanas e as classes populares.
No Reino Unido, o Partido Trabalhista, que havia vencido em 2024, viu sua força diminuir em menos de um ano. Em setembro de 2025, o Reform UK alcançou 31,2% das intenções de voto, superando o Labour, que obteve 20,4%.
Na Alemanha, após a pior derrota do SPD em mais de um século, Olaf Scholz deixou o poder, e Friedrich Merz, da União Democrata-Cristã, assumiu como chanceler. A Alternativa para a Alemanha, partido de direita populista, dobrou sua votação. Na França, Marine Le Pen lidera as pesquisas com cerca de 34% das intenções de voto.
De acordo com analistas, o elitismo da esquerda e o radicalismo cultural são fatores importantes nessa queda. A demonização de divergências agravou o distanciamento, e eleitores perceberam o exagero, reagindo com preocupações sobre segurança, emprego e identidade nacional.
Essa reação se manifesta nas urnas e no fortalecimento de partidos conservadores. O populismo tornou-se o novo idioma político da classe trabalhadora europeia. A tendência se intensifica com Donald Trump de volta à Casa Branca e governos conservadores dominando o Conselho Europeu.

