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Viu pessoa agonizando, tentou socorrê-la e foi acusado de um crime que não cometeu: ‘minha vida virou um inferno’

Hallison Silva da Costa, o 'Hallison Foguete', foi inocentado de homicídio no RN após ser falsamente acusado por tentar socorrer um homem.

Após quase uma década de luta judicial, Hallison Silva da Costa, conhecido como 'Hallison Foguete', é inocentado de homicídio no RN.

Hallison Silva da Costa, o 'Hallison Foguete', foi inocentado de homicídio no RN após ser falsamente acusado por tentar socorrer um homem.

A vida de Hallison Silva da Costa, conhecido como Hallison Foguete, virou um inferno em 2015. O que deveria ser um ato de compaixão e ajuda transformou-se em um pesadelo judicial que o levou à prisão e o fez lutar por sua inocência por quase uma década.

Agora, com a absolvição, ele renasce com um novo propósito, transformando a dor em ensinamento.

Tudo começou quando Hallison passava por uma rua em Macaíba, no Rio Grande do Norte, e encontrou um homem agonizando. Imediatamente, ele tentou prestar socorro e acionou o Samu.

No entanto, o medo de ser mal interpretado o fez deixar o local antes da chegada da ambulância. No dia seguinte, a tragédia se completou: Hallison Foguete foi apontado como o autor do homicídio, uma acusação infundada que mudaria sua vida para sempre.

Apesar de manter contato com a Justiça ao longo dos anos, o caso se arrastou até 2025. Durante esse período, Hallison passou meses preso em condições desumanas, dividindo celas superlotadas e dormindo no chão. “Passei quatro meses sem cama, só um banho de sol por mês. O sistema é uma máquina que transforma as pessoas”, lamentou ele, descrevendo a dureza do cárcere.

A Capoeira como Salvação e Propósito

Em meio ao desespero e às tentações do crime, Hallison encontrou forças na capoeira e no apoio incondável de sua família. Ele relata que, após pensar em suicídio em 2015, foi convidado pelo neurocientista Sidarta Ribeiro para treinar na universidade.

“Recebi 59 abraços naquele dia. Esqueci da tristeza e voltei a acreditar na vida”, conta, ressaltando o poder da comunidade e do movimento.

A resiliência e a capacidade de superação não eram novidade para Hallison. Aos 17 anos, ele sofreu um derrame que o deixou paralisado, mas conseguiu se curar com tratamentos naturais e aprendeu capoeira sozinho.

Sua rapidez e talento no jogo lhe renderam o apelido “Foguete” de um mestre de Dubai, um símbolo de sua capacidade de se reerguer e avançar.

Livre e morando com a irmã em Macaíba, Hallison Silva da Costa agora vislumbra um futuro diferente. Ele planeja fazer o Enem em 2026 e cursar Pedagogia, com o objetivo de trabalhar com educação e manter viva a capoeira, que considera sua salvadora.

Sua história é um testemunho da força do espírito humano e da possibilidade de transformar a injustiça e o sofrimento em uma poderosa mensagem de esperança e propósito.

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