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Lula provoca Trump e condena ações militares

Em cúpula Celac-UE, presidente Lula critica 'intervenções ilegais' com uso da força militar na América Latina e Caribe, em recado velado a Donald Trump e ações dos EUA.

Presidente critica 'intervenções ilegais' e uso da força na América Latina e Caribe em cúpula da Celac-UE, mirando EUA.

Em cúpula Celac-UE, presidente Lula critica 'intervenções ilegais' com uso da força militar na América Latina e Caribe, em recado velado a Donald Trump e ações dos EUA.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva utilizou a cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) e da União Europeia (UE), realizada em Santa Marta, Colômbia, neste domingo (9/11), para condenar veementemente as “intervenções ilegais” e o uso da força militar na América Latina e no Caribe. Em um discurso de tom assertivo, o líder brasileiro enfatizou que a região é uma zona de paz e que as democracias não devem combater o crime violando o direito internacional.

A declaração de Lula foi amplamente interpretada como uma indireta ao governo dos Estados Unidos e ao ex-presidente Donald Trump, em resposta às recentes ações militares norte-americanas no Mar do Caribe e no Pacífico. Essas operações, justificadas pelo combate ao tráfico de drogas, também são vistas como uma forma de aumentar a pressão sobre o regime de Nicolás Maduro na Venezuela, gerando tensões na geopolítica regional.

Apesar da clareza da mensagem, o presidente brasileiro optou por não citar nominalmente Trump ou os Estados Unidos. Essa cautela reflete uma complexa negociação em andamento entre o Palácio do Planalto e Washington. O governo brasileiro busca reverter sanções impostas pela Casa Branca, incluindo um tarifaço sobre produtos nacionais e a aplicação da Lei Magnitsky contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A manutenção de canais diplomáticos abertos é crucial neste cenário.

Críticas à Desintegração Regional

Além das questões de segurança e soberania, Lula também direcionou suas críticas à própria Celac, lamentando a falta de integração entre os países latino-americanos e a ausência de chefes de Estado no evento. “Voltamos a ser uma região balcanizada e dividida, mais voltada para fora do que para si própria.

A intolerância ganha força e vem impedindo que diferentes pontos de vista possam se sentar à mesma mesa”, declarou o presidente, sublinhando a preocupação com projetos pessoais de poder que, segundo ele, podem minar a democracia na região.

A fala de Lula, que ressoou entre os presentes, mas sem a presença de todos os líderes esperados, reforça a percepção de um continente ainda buscando sua identidade e coesão frente aos desafios internos e externos. Sua postura firme em defesa da soberania e da paz, ao mesmo tempo em que aponta fragilidades internas, destaca a complexidade da diplomacia brasileira e latino-americana no cenário global atual.

Após o pronunciamento, o presidente deixou o local sem conceder entrevistas à imprensa.

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