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Maior livraria cristã da China é fechada após 21 anos de atuação

A Livraria Luz da Manhã, maior livraria cristã da China, fechou após 21 anos em Pequim, sob pressão governamental intensificada contra instituições religiosas independentes.

Morning Light Bookstore, em Pequim, encerra atividades em meio à intensificação da repressão do governo chinês contra instituições religiosas independentes.

A Livraria Luz da Manhã, maior livraria cristã da China, fechou após 21 anos em Pequim, sob pressão governamental intensificada contra instituições religiosas independentes.

A Livraria Luz da Manhã (Morning Light Bookstore), considerada a maior livraria cristã privada da China, encerrou suas operações em Pequim no final de outubro, marcando o fim de 21 anos de atuação. O fechamento ocorre em um cenário de intensificação da repressão do governo chinês contra instituições religiosas e atividades não controladas pelo Estado, levantando preocupações sobre a liberdade religiosa no país.

Antes do fechamento definitivo, a livraria realizou uma liquidação de livros, oferecendo descontos significativos de até 70%. A iniciativa atraiu moradores de Pequim e regiões adjacentes, que buscaram aproveitar os últimos dias de funcionamento do estabelecimento.

Fontes locais, conforme apurado pela organização China Aid, indicam que a decisão de fechar foi impulsionada pela pressão constante das autoridades, que há anos vêm apertando o cerco sobre atividades religiosas independentes.

Fundada em 2004 como Beijing Morning Light Book and Culture Communication Co., Ltd., a livraria operava como uma organização sem fins lucrativos dedicada à promoção da literatura cristã e ao intercâmbio cultural. Ao longo de sua existência, a instituição foi fundamental na criação de uma rede de mais de 200 estabelecimentos em todo o país, além de organizar palestras e grupos de leitura focados em temas como família, casamento e espiritualidade.

Além de sua importante atuação no setor editorial, a Livraria Luz da Manhã também se destacou por suas ações sociais, que incluíam a doação de livros e a criação de bibliotecas em comunidades carentes. No entanto, mesmo com seu caráter social e cultural, a livraria esteve sob constante escrutínio governamental, enfrentando diversas inspeções desde 2012.

Em um episódio notório em 2013, o vice-gerente Li Wenxi foi detido e sentenciado a dois anos de prisão sob a acusação de “operações comerciais ilegais”, um indício das dificuldades enfrentadas por organizações religiosas independentes na China.

O encerramento da Livraria Luz da Manhã é mais um capítulo na política de “sinicização” da religião implementada pelo governo chinês, que busca subordinar todas as crenças e práticas religiosas ao controle do Partido Comunista. A medida ressalta a crescente restrição à liberdade religiosa e de expressão, impactando comunidades que buscam exercer sua fé fora das estruturas estatais.

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