Aos 90 anos, Donato Laviola surpreende a medicina com resposta excepcional a tratamento, superando em mais de três vezes a expectativa inicial de vida.
Aos 90 anos, Donato Laviola desafia prognóstico de 5 anos para câncer de próstata, convivendo com a doença há 18 anos graças a tratamento inovador.
Aos 90 anos, o aposentado Donato Laviola se tornou um farol de esperança e resiliência para pacientes com câncer de próstata em todo o país. Diagnosticado em 2007 com a doença, após exames de rotina revelarem níveis elevados de antígeno prostático específico (PSA), ele recebeu um prognóstico inicial de aproximadamente cinco anos de vida.
No entanto, desafiando todas as expectativas médicas, Donato convive ativamente com o câncer há notáveis 18 anos, inspirando a comunidade médica e pacientes com sua jornada otimista.
O caso de Donato Laviola ganhou destaque pela sua resposta excepcional à terapia hormonal, especialmente ao medicamento enzalutamida. Enquanto a média de controle da doença com essa terapia costuma variar entre dois e quatro anos, Donato manteve a doença sob controle por sete anos, um período significativamente acima do esperado. Tal raridade na resposta ao tratamento chegou a ser objeto de estudo por pesquisadores norte-americanos, que buscaram compreender os fatores por trás de uma longevidade tão incomum.
O Que Explica uma Resposta Tão Duradoura?
Segundo o oncologista Márcio Almeida, membro da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), histórias como a de Donato são, de fato, inspiradoras, mas também extremamente raras. “Embora a média de respostas às terapias hormonais de nova geração, como a enzalutamida, seja de dois a quatro anos, alguns pacientes apresentam respostas excepcionalmente duradouras, mantendo o PSA controlado por períodos muito acima do esperado”, explica o especialista.
Ele ressalta que a biologia individual do tumor, o perfil genético do paciente e a robustez do sistema imunológico podem ser cruciais para o sucesso prolongado do tratamento.
O médico enfatiza que a sensibilidade do tumor ao bloqueio hormonal, combinada com a adesão rigorosa ao tratamento e condições clínicas gerais favoráveis do paciente, são fatores determinantes. No caso específico de Donato, a hipótese mais provável é uma interação altamente eficiente entre o medicamento administrado e o perfil molecular único de seu tumor.
Essa sinergia resultou em um controle prolongado da doença, permitindo que ele desfrute de uma qualidade de vida notável por quase duas décadas após o diagnóstico.
A trajetória de Donato Laviola serve como um lembrete poderoso de que, mesmo diante de prognósticos desafiadores, a esperança e a pesquisa contínua podem abrir caminhos para resultados surpreendentes. Seu caso não apenas inspira outros pacientes, mas também oferece valiosos insights para a comunidade científica na busca por terapias ainda mais eficazes e personalizadas no combate ao câncer de próstata.

